Ele não é de forma alguma um martelo maquinal. Ele é um laborioso e artístico artesão a destruir com a arte os limites duma sociedade petrificada em ilusão. É Dionísio com rigorosidade de um Apolo revolto. Ele é um novo Lutero atualizado a contemporaneidade. E em teus olhos substanciosos de águia encontro um conforto místico que me distancia da pulsão de morte. Com seu tocar, o eterno e o temporal se encontram em dualidade harmônica, levando a sensação de que o trivial possa se encontrar com a equidistante beleza do arroubo poético.
terça-feira, 12 de abril de 2022
Martelo de Rosas
Sem braço
sexta-feira, 8 de abril de 2022
Diário /sig/ #3
Minha pele se tornou melhor. Meu humor, mais equilibrado. Minha vida psíquica mais elevada. No entanto, sofri hoje de uma indisposição que me levou a uma desatenção na vida intelectual. De qualquer forma, pretendo estudar de noite. Fora isso, quero fazer o retorno da leitura orante para me fortalecer espiritualmente. Pretendo dar continuidade a vida espiritual perdida ao lado da vida intelectual e física. Assim melhoro meu bem-estar e amadureço enquanto pessoa. Não só me sentir mais bonito, quero resolver as tensões do inconsciente, conhecendo-me mais e buscando viver com mais dignidade e, quiçá, santidade.
quinta-feira, 7 de abril de 2022
Diário /sig/ #2
Ódio acumulado é uma coisa que sempre tenho. Não dá como fugir. A vida carrega uma série de teias complexas que furtam a minha capacidade de satisfação. Só que o que faço com esse ódio é transformá-lo em propulsão para elevação de minha potência. É algo meio fascista, mas creio que o ódio deve ser militarizado internamente. Eu preciso transformar esse ódio em força, assim treino até que ele se dissipe. O ódio possibilita uma guerra e essa guerra se torna em força disciplinar. Com ela, desgasto minha energia e ganho força muscular. Só que toda essa frustração se torna, psicanaliticamente, em sublimação quando a utilizo para a explosão da energia bestial que carrego.
Ontem à noite eu estudei, hoje acordei de manhã e me alonguei. Paguei as dez flexões matinais. Senti-me um pouco mais feliz, inicialmente eu sofria na quinta flexão em diante, agora sofri a partir da oitava. É óbvio que sou fraco, mas o hábito diário está me enriquecendo e possibilitando um ajuste não só físico, possibilita um ajuste existencial. Todo esse esforço também se verifica mentalmente: o estudo da psicanálise, não só teoricamente, também intrateoricamente tem me ajudado. Parar de ver pornografia igualmente.
Treinei que nem um louco hoje. Fiz corrida estática, dei socos livres, pulei corda, paguei flexão. Sublimei todo energia bestial que tinha, alimentando a besta interior com a satisfação de poder revelar-se com o desgaste energético. Sinto-me dez vezes mais relaxado e preparado para estudar. Quando a energia impera, é difícil estudar. Agora minha alma meio que se ajuizou e preparou-se para "sua vocação mais elevada".
Notas do Gamesolo #3 - Terriermon e Veemon
Continuo jogando Digimon Rumble Arena, apesar de tê-lo zerado várias vezes. O motivo é simples: eu amo esse jogo e odeio Digimon 2, como qualquer pessoa decente. Dessa vez zerei como o Terriermon e o Veemon. Lembrei um pouco do filme, onde o Terriermon aparece pela primeira vez e o Davis fica com inveja de um cara que eu esqueci o nome. Ah, e o filme é de fato bom.
Tenho saudades de quando eu jogava essa pequena maravilha em meu PS1. É um dos jogos que mais amei e até hoje está na lista de jogos favoritos. E olha que de lá para cá, joguei muita coisa. A felicidade às vezes é monótona e repetitiva.
quarta-feira, 6 de abril de 2022
Diário /sig/ #1
Acabo de terminar o curso "A Cristandade Medieval" de Carlos Nougué
A lógica catedrática que representa o profundo sentido da Idade Média é algo que fugimos, não só pelo horror que temos de coisas que consideramos fantasiosas. É também pelo simples fato de que tal padrão de vigor não é encontrado em nosso tempo atual em larga escala. Foge-se não só pela pequenez, foge-se igualmente pela grandeza.
Pressupor que somos superiores é ir contra o passado, só que num nível meramente reativo. Obscurece-se dada imagem para que ela não nos atordoe, leva-se a um nível em que a imagem obscurecida não pode mais ser levada a sério. Assim se conquista, através de gerações de alienidade, uma coisa de valor abjeto: desprezo pelo o que não se superou. Não por acaso, os filósofos do medievo tinham um grau técnico e harmonia lógica que hoje, com todo nosso aparato científico e pedagógico, não conseguimos superar.
A catedral é mais do que algo arquitetônico no sentido físico do termo, é um esforço arquitetônico de ordenabilidade em que o ser se eleva. Criar sistematicamente, progredir até os mais altos céus, esse era o lema do medievo e construções de nível abismal como a Suma Teológica e a Divina Comédia trazem esse significado.
Como sempre, impressiono-me com o grau que Carlos Nougué consegue colocar as coisas. Aspirando sempre aquilo que há de mais alto, não se deixando anuviar pelo o que há de supérfluo. Um grande curso que me ensinou o valor da busca diária pela elevação intelectualizante.









