sábado, 16 de outubro de 2021

Essa é, meus amigos e amores, a Loucura Verde.

  


    O sangue que verve em meu coração, tornou-se lágrima e habitou em minha face. Habitou de forma amarga, molhando-me como uma chuva na madrugada. Esse sangue lagrimoso tornou-se texto, fez-se verbo como Cristo fez-se carne, num paradoxo um tanto contrário. Transmitindo a alma de minha alma, habitava não mais em mim, mas habitava entre nós. E agora o sangue de meu coração tornou-se parte de todos e quando eu vi, eu já não era, mas todos aqueles que vivem em mim eram em mim - e por eu não ser só a mim mesmo, senti-me não mais impotente, mas senti-me feliz. Eu era o @Jesus Gabriel , eu era a Valen, eu era o Victor e também me era.


    Se meu coração for puro, tudo será puro. Se Halaal é o que é permitido e halaam o proibido, pouco agora importa. Se meu coração for puro, tudo é halaal. Se meu coração for mal, tudo é halaam. E eu queria que tudo fosse, pois eu não mais era importante. Eu queria não ser o ser que fixa o próprio ser, mas queria a poesia do Gabriel, a maturidade do Victor e arte da Valen. Então, finalmente, sendo eu e não me sendo, senti-me tão livre que era pobre de mim, mas ao mesmo tempo tudo me era. E eu queria sistematizar tudo em mim, não como se eu fosse tudo, mas como se eu fosse parte. Sai de mim, e assim por diante disse: faça o que tu queres, pois há de ser tudo da lei. Então eu não era mais a lei de mim, a lei que julga, a lei que condena, mas a lei do amor que a tudo se abre. Pois o amor é de fato princípio, já que princípio é tudo aquilo que pode ser aplicado sem nunca gerar contradição: e aplicando o amor tudo fui salvo de meu inferno.


    O Gabriel com medo, o Gabriel fragilizado, o Gabriel que não se entrega, de repente, altera-se e pela loucura é guiado numa jornada de ID e loucura verde, já que sensata. Ancorei-me não em meus medos, mas nos desenhos da Valen. Ancorei-me não em minha tristeza, mas na poesia do enfrentamento de Gabriel Jesus. Busquei sabedoria, não em mim, mas no Victor. E todas as minhas contradições lá estavam: poesia, putaria, erotismo, teologia, filosofia e literatura. Não mais numa luta de contrários, já que o amor é princípio e o princípio verdadeiro supera a contradição da consciência.


    Eu busquei, eu busquei a feminilidade da Valen. Eu busquei, como um louco, entrar no mundo de Gabriel Jesus. Eu busquei entender a Dionísio e o seu vinho bacanal pelo o Victor. E por amar a todos, fui salvo, não por mim, mas por eles e o amor que sinto por eles e esse amor gerou poder e mais poder e meu ser já não era tentativa, meu ser era e simplesmente era, não por eu ser a mim, mas por eu ser a Valen, o Victor e o Gabriel Jesus.


    Só o amor salvará o mundo, só o amor precede a razão e a minha razão era insuficiente e fui salvo não por ela, mas fui salvo precisamente dela. Essa é, meus amigos e amores, a Loucura Verde.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Acabo de ler "Em Defesa de Stalin" de Vários Autores (Parte 15)

  Voltamos a análise do Instituto Marx Engels Lenin sobre a vida de Stalin (páginas 229 à 232). Com a derrota da primeira revolução russa, a...