terça-feira, 13 de junho de 2023

Acabo de ler "Historia de la ufología en Chile" de Juan Guilhermo Prado e Luis Altamirano (lido em espanhol)

 



Sabe quando você está num site buscando livros por tags e acaba encontrando obras com títulos extremamente particulares que lhes despertam um bocado de curiosidade? Estava eu buscando apenas duas tags "historia" e "Chile" quando me deparei com essa preciosa joia do conhecimento humano. Então, como não sou nada bobo, resolvi adicioná-lo a minha coleção de livros em espanhol que tenho em meu celular.


O livro, com poucas páginas, conta a misteriosa história da ufologia no Chile. Um verdadeiro compilado de dois investigadores que, ao menos assim declaram, são sérios e não se deixarão iludir pelos seus colegas não tão sérios assim. Já que, para ambos, os outros não tem uma formação acadêmica tão formosa para se compararem a sapiência deles na investigação de seres extraterrestres em solo nacional (no Chile).


O livro, longe de ser uma mera leitura chata, é bastante interessante. Conta relatos que se vão delineando historicamente, para cada parte da história do Chile. A história vai desde relatos de padres até relatos de militares, passando também por civis. Séculos de informações de ufologia, nada melhor do que isso, não? 


Creio que não há muito o que dizer. Li o livro por achar o título engraçado e, como ele era pequeno, não creio que tenha perdido nada - e nem encontrado nada. Em certo sentido, o livro até diverte um pouco, embora eu não creia que os autores o tenham concebido pensando especialmente em serem engraçados. Às vezes a loucura é tanta que o humor sai às avessas.

segunda-feira, 12 de junho de 2023

Acabo de ler "El pensamiento político de la derecha latinoamericana" de José Luis Romero (lido em espanhol)

 



A tradição latino americana nos é tão comum, a nível de convivência, e tão estranha, a nível de compreensão, que facilmente nos perdemos neste universo tão próximo e tão distante.


As grandes potências, Portugal e Espanha, viveram o processo histórico que lhes cabia com estranheza e afastamento: o livre-exame, o livre-pensamento, a "mentalidade burguesa" e o desenvolvimento científico não lhes foram bem digeridos. Deste fato, surge posteriormente um ataque sistêmico ao regime, por assim dizer, liberal-capitalista em toda a América Latina. Os descendentes da hispanidade e o descendente da lusitanidade eram contrários a esse regime tão mutável e preferiam um regime mais estático - mais ao gosto do privilégio de suas elites.


A burguesia que nasceu nestes países, para adequar-se as estruturas de poder, aglutinou em si contradições que reduziram a dinamicidade do processo capitalista. Então o burguês era amigo próximo do "nobre", detentor das terras. Esta simbiose gerou uma mentalidade mais ligada aos tempos passados: mercantilista, patrimonialista, feudalizante, antidemocrática. Era preciso que os donos do poder permanecessem os mesmos, aceitando aqui e acolá algum novo membro.


Essa condição gerou uma política. que não poderia ser propícia a um desenvolvimento real, par a par com o mundo, na região. E é desta configuração que a direita latino-americana nasce. Ela é uma eterna camarada duma estrutura que nunca será capitalista de fato, ela é, em sua maioria, protocapitalizante. O sustentáculo central do avanço tardio.


É por isso que não adentramos nem aos "progressos burgueses" e nem aos "progressos nem tão burgueses assim". Estáticos num mundo que é tão tardio e tão latino-americano. Para que os donos do poder brinquem eternamente em seu parquinho.

quinta-feira, 8 de junho de 2023

Acabo de ler "Kono Subarashii Sekai ni Shukufuku wo! - Vol 8 - Natsume Akatsuki" (lido em espanhol)

 



Chegamos ao oitavo volume de Konosuba. Já é chover no molhado dizer que este volume também não foi adaptado. Então tomem cuidado com os possíveis spoilers que encontrarão pelo texto.


Este volume prioriza o humor em vez duma trama emocionalmente mais impactante, deixa a impressão até de ser leve. Embora que, apesar disto, tenha um final tocante envolvendo a Eris/Chris. Para ser mais exato, talvez o foco desse volume inteiro seja a Eris/Chris.


Vemos como Eris, Deusa da Fortuna, age diferente de Aqua. Ela realmente se importa com o que acontece no mundo e está sempre agindo por trás das cortinas para ajudá-lo. O que é muito diferente de Aqua que, na melhor das hipóteses, só age a contragosta e tampouco se desenvolve num sentido heróico - ela gasta pontos de habilidades em poderes inúteis.


O humor desta obra também aparece em sua magnitude quando decidem fazer um festival da Eris e da Aqua na cidade. Os seguidores da Aqua são conhecidos mais por sua atitude devocional extremada, caracterisicamente de seita e também por outra: a de serem charlatães em suas vendas. O que gerará vários momentos cômicos. Também temos Kazuma demonstrando seus gostos distorcidos para satisfação pessoal no festival.


Mesmo sem uma carga dramática mais impactante, o volume se destaca pelo seu lado engraçado - que sempre foi bastante desenvolvido - e por demonstrar uma face mais humana de Eris/Chris. É mais leve sem deixar de ser divertido.

terça-feira, 30 de maio de 2023

Acabo de ler "Kono Subarashii Sekai ni Shukufuku wo! - Vol 7 - Natsume Akatsuki" (lido em espanhol)

 



Como na análise do volume anterior, este aqui também não foi adaptado pelo anime. Tentarei suavizar as informações para não comprometer as reações psicológicas daqueles que aguardam ansiosamente pelo retorno do anime.


Neste capítulo, há também um foco em Darkness. Isto é uma escolha surpreendente, visto que já tivemos um volume focado em Darkness e o autor poderia ter priorizado outro personagem para desenvolver a trama. Não que a escolha resulte num produto ruim, muito pelo contrário.


Konosuba trabalha com uma jornada do herói às avessas. Não é o herói que vai para uma terra desconhecida enfrentar o perigo, tendo que perder algo de si para amadurecer e superar a problemática que está imerso. Pelo contrário, é o problema (desconhecido/caos) que busca o herói, como uma espécie de força antagônica que se move em contradição aos seus anseios de vida pacífica. Essa inversão que traz o ensejo cômico da obra e é um mecanismo excelente.


Neste volume, Kazuma também está tentando levar vantagem e viver uma vida fácil - tal como em qualquer outro volume. Mas, novamente, a sua sorte é aniquilada e ele tem que enfrentar diversos problemas, perdendo muito do que acumulou até o presente momento. A trama também traz um lado mais complexo do psiquismo da Darkness, demonstrando um lado virtuoso e heróico nesta garota que parece um oceano de perversão. Isto também complexifica a personagem, dando maior substancialidade e menos caricatura, humanizando-a. Kazuma, para ajudá-la, também demonstra-se capaz de abandonar seu conforto, provando-se um herói e amadurecendo enquanto pessoa.


Este volume é muito interessante. A forma com que os personagens progridem não pode ser ignorada, sobretudo numa obra que é, essencialmente, um humor heróico. Podemos ver que o autor está realmente dando substancialidade a cada volume, demonstrando uma psicologia complexa e um universo colorido.

sexta-feira, 26 de maio de 2023

Acabo de ler "Cerati La Biografia" de Juan Morris (lido em espanhol)

 



Gustavo Cerati foi o maior roqueiro de toda a América Latina. Não só isso, foi um dos maiores músicos de toda história latino americana, sempre trazendo inovações e compondo com uma diversidade rica e erudita. Um homem absolutamente experimental que navegou em vários mares, trazendo produções radicalmente geniais.


Sua carreira como integrante da banda Soda Stereo e sua carreira como solista são mutuamente geniais. Mostram a riqueza de um homem que sempre buscou ir além das condiconalidades que o circundava, superando o ambiente e, mais do que isso, trazendo o ambiente ao mundo que ele apresentava. Gustavo Cerati era o guia, a América Latina o seguia.


Este livro traz toda a sua vida de forma minuciosa, abordando também o período em que ele esteve em coma. A história é de tirar o fogo e nos sentimos envolvidos em cada acontecimento. Quando Gustavo Cerati esteve mal, sentimo-nos mal. Quando Gustavo Cerati esteve bem, sentimo-nos bem. É como se fôssemos tratados por um momentâneo papel de esponjas. Mesmo que não estivéssemos lá em cada momento, sentimos como se lá estivéssemos e como se o nosso mundo fosse o mundo de Cerati e nossa psiquê fosse a de Cerati. O leitor sentir-se-á em simbiose com a leitura desta obra biográfica.


Ler biografias é sempre enriquecedor. Podemos psiquicamente relativizar os nossos problemas ao entrarmos numa espécie de transe em que absorvermos a vida de outrem. E ler esse livro, cheio de altos e baixos dum gênio em ascensão e queda, é uma forma diferenciada de repensar a própria vida.


Livro recomendadíssimo para todos os roqueiro e aficionados por música. Ou simples e substancialmente para quem está buscando uma leitura biográfica para repensar a vida que leva. 

domingo, 21 de maio de 2023

Acabo de ler "Quién yo?" de Dalmiro Sáenz (lido em espanhol)

 



O livro começa com um cenário que é aparentemente banal: um homem sendo julgado por um crime irrelevante. Este fato pesa a favor do homem e querem libertá-lo o mais rápido possível. Porém essa estranha figura não é tão simples. A forma de se comunicar e interagir também não são usuais. 

Numa narrativa alucinante, vemos o desenrolar de uma história cômica e cheia de confusão. Cada parte da história se sucede como uma reminiscência projetada por uma mente bastante ofuscada. E em todas elas crimes se sucedem.

A grande questão é que a história de um criminoso não entraria normalmente numa estrutura hilariante. É a forma com que o autor encaixa cada parte e a direção que ele leva que dão o sabor da obra. E ele faz isso muito bem.

É uma ótima pedida para quem está buscando uma comédia para se divirta após um longo período de estresse.

Acabo de zerar "Mario Kart 8" no Wii U

 



Creio que a maioria das pessoas tenha jogado essa pérola no Nintendo Switch e não no Wii U. A razão de eu ter jogado no Wii U? Minha mãe já dizia: "você não é todo mundo", então joguei no esquecido, odiado e subestimado Wii U. (Na verdade, nem tenho Switch).


Recomendo que joguem este jogo com o modo controle de movimento ativado. A jogabilidade flui bem e é impressionante assertiva, não falha em nenhum momento. Fora que controlar esse jogo como se estivesse controlando um carro de verdade é uma das melhores experiências que você terá.


As pistas são imensamente divertidas. Tive a oportunidade de jogar online e também apreciei bastante a experiência. Infelizmente o servidor de Mario Kart (e do Splatoon) do Wii U se encontra(m) em manutenção no momento em que escrevo essa análise (a manutenção começou dia 2 de março e estamos no dia 21 de maio).


Se você tiver um Wii U, parado ou ativo, e mesmo não goste de jogos de corrida, eu recomendo fortemente zerar o jogo. Pegue até mesmo o modo mais fácil (50cc), porém jogar esse jogo é obrigatório.