segunda-feira, 6 de maio de 2024

Acabo de ler "Em Defesa de Stalin" de Vários Autores (Parte 11)


Essa é a penúltima parte de Emil Ludwig, indo da página 169 à 184. Nesse capítulo, Ludwig analisa o fenômeno bolchevista. Podemos dizer que a sua análise é bastante positiva e ele via com olhos bem treinados a esse fenômeno. Isto é, embora considerasse o empreendimento totalitário e coletivista, acreditava que muitos de seus aspectos eram renovadores e positivos.


Ludwig chega a traçar uma linha de desenvolvimento histórico, colocando o bolchevismo – uma expressão do marxismo – como parte da linha evolutiva das ideias humanas e, por conseguinte, uma concretização das  aspirações da humanidade. Ludwig também dirá que muitas vezes as ideias surgem mais como teses e só posteriormente adquirem forma concreta por meio de uma prática política. Também deixará claro que a forma radical usualmente cai pouco a pouco e é gradualmente implantada por meio de reformas.


De qualquer forma, se pegarmos a Revolução Francesa e os seus lemas, veremos uma incapacidade de realização plena daquilo que a revolução se propôs a fazer. A Revolução Francesa tinha três ideias: liberdade, igualdade e fraternidade. A única que ela pode conceber – e não de modo pleno – foi a da liberdade. E essa liberdade era circunscrita à própria capacidade econômica do sujeito que a exercia. Logo era válida perante a lei e inválida perante a realidade do universo de possibilidades da maioria absoluta das pessoas.


Fundamentalmente falando: a Revolução Francesa fracassou por causa de sua tendência abstrata. A liberdade, a igualdade e a fraternidade professadas eram falhas a partir do momento em que a liberdade era unicamente garantida pela lei e a igualdade era só perante essa mesma lei. A fraternidade em si mesma é impossível no regime econômico liberal. Não há como garantir liberdade sem garantir a igualdade econômica. Uma igualdade meramente perante a lei é uma abstração: o próprio poder econômico corrompe e distorce essa mesma igualdade. Ou seja, o regime burguês falsifica a si mesmo enquanto o regime proletário tenta efetivar concretamente aquilo que se propõe a fazer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Acabo de ler "Em Defesa de Stalin" de Vários Autores (Parte 15)

  Voltamos a análise do Instituto Marx Engels Lenin sobre a vida de Stalin (páginas 229 à 232). Com a derrota da primeira revolução russa, a...