Lembro-me do primeiro metroidvania que joguei: Castlevania Symphony of the Night. Não foi só meu primeiro metroidvania, é também o meu metroidvania definitivo. Não me lembro a idade, mas sei que tinha várias versões dele em casa. Mesmo que todas as versões tenham sido piratas, tinha enorme carinho por elas. Comprei uma em inglês, uma com tradução amadora, outra em japonês. De certa forma, isso me marcou pesadamente no período posterior. Só de algo vir com o gênero "metroidvania" me faz reservar um grande carinho, não importa qual jogo seja. Tudo que eu espero de um metroidvania tem como modelo o maravilhoso Sinfonia da Noite. Uma pena que esse tipo de gênero ficou restrito a desenvolvedores indies. Mas sempre que posso jogo um. Os metroidvanias que zerei são:
- Axiom Verge;- Castlevania: Symphony of the Night;- Castlevania: Harmony of Dissonance;- Castlevania: Aria of Sorrow;- Castlevania: Dawn of Sorrow;- Metroid: Samus Returns- Monster Tale.
Posso aproveitar e dizer brevemente sobre cada um desses meus pequenos xodós. Sei que tem muita gente que jogou muito mais do que eu, sei que tem muita gente que poderia falar mais sobre aspectos técnicos e tudo o mais. Só que esse não é o blog dessa gente. E, se falho em dar minha mensagem, posso dizer que ao menos eu tentei. Não sou um especialista e nem um grande entendedor, mas sou um homem que ama. Todo homem que ama tem que falar, de vez ou outra, de seu amor. Por mais tosco que seja. E farei isso fazendo um "top" de meus metroidvanias prediletos.
1- Castlevania: Symphony of the Night
Em primeiro lugar, Alucard é meu personagem predileto do mundo dos games. Um dampiro (meio humano, meio vampiro) no dever de matar seu pai. Um homem solitário, dando a impressão de vazio e afastando todo aquele que se aproxima. O fato de você lutar contra o Richter Belmonte, que eu considero o personagem com os poderes mais legais de toda a série, é também fantástico. Embora ele não seja, é claro, o vilão principal.
Eu tenho uma relação meio tíbia com os jogos que vieram depois. Não gosto de uma quantidade enorme de poderes, muitos dos quais eu acho pouco criativos. Eu sinceramente prefiro a forma inteligente na qual os poderes de Alucard se encaixam e podem ter multiuso. Parece que os poderes do Castlevania Aria of Sorrow em diante foram pensados apenas na questão da quantidade e não da qualidade. O único erro que encontro no Sinfonia da Noite é o fato da campanha de Richter e Maria não possuírem sistema de nível.
2- Axiom Verge
Esse jogo é fantástico. E eu o adquiri de graça. Não, não foi via pirataria, ele foi dado de graça pela Epic Games numa época. Sinceramente, entrei tibiamente e nem estava tão afim de jogar. Sequer sabia que ele era um metroidvania. Só que, com o tempo, o jogo me cativou e me cativou muito.
A história é simplesmente brilhante. E conforme eu prosseguia no jogo, eu realmente queria saber o que acontecia. Os poderes foram bem pensados e se encaixam bem. O jogo transmite uma fantástica sensação de tensão. Diferentemente dos castlevanias novos da época GBA/DS, com seus milhares de poderes ridículos, com caráter tediosamente colecionável. Esse foi um jogo que eu apreciei de fato, um dos jogos que mais apreciei.
Em metroidvanias, há dois aspectos que pesam crucialmente: o primeiro é a utilização inteligente do cenário, o segundo é poder do personagem que conforme aumenta mais estende o seu território. Esse jogo tem isso e muito mais: uma história pra lá de cativante.
3- Metroid: Samus Returns
Esse foi o primeiro e único Metroid que zerei até o presente momento. Embora eu tenha jogado outros sem zerar, muitos jogos que joguei e não coloquei na lista não estão na lista por esse exato motivo: não zerei. Como disse, não sou um árduo e nem sistemático jogador de videogame. Muitas pessoas têm o singelo compromisso profissional que eu não tenho em minha precariedade como "gamer amador".
Eu gosto bastante desse jogo e joguei muito em meu 2DS. Inclusive, liguei o 2DS apenas para saber a quantidade de horas que dediquei com carinho a esse jogo: 19 horas, 11 minutos e 35 segundos. Horas que garanto: me diverti muito. Os gráficos do jogo são simplesmente sublimes e provam que jogos em 2D e 2,5D têm muito a apresentar e podem não dever em nada aos costumeiros jogos 3D.
Eu tenho uma sensação a parte dos jogos de Metroid e Castlevania. Usualmente os jogos de Metroid são muito mais balanceados em sua dificuldade. Creio que o fato de que você não avança de nível na série de jogos Metroid seja um fator de equilíbrio importante: o grau de habilidade para vencer, por exemplo, "chefões", é muito maior. E, não se engane, alguns chefes desse jogo são bastante difíceis.
Tive, é claro, uma sensação meio mista quando jogava esse jogo: por vezes a sua dificuldade saia um pouco da média e exigia demais. Lembro-me que o penúltimo chefe me cansou demais a mão e que só voltei a jogar um bom tempo depois. O último chefe também me cansou, graças a ele voltei a áreas para completar o jogo em 100%. Embora o jogo tenha desnivelamento de dificuldade: é um jogo excelente.
4- Castlevania: Aria of Sorrow e Dawn of Sorrow
Eu tive que colocar os dois no mesmo lugar. Não foi por preguiça, foi por uma questão de equidade. Não consigo separar um do outro. Em minha mente, os dois se situam um com o outro em perfeita síntese. Separá-los seria como pegar um corpo humano, cortá-lo em dois e dar uma nota individual a cada parte. Isso seria tenebroso, desgostante e angustiante. Por causa disso, recuso-me a separar os dois.
Aria of Sorrow segue a risca o visual presente no Symphony of the Night, visual que sou muito fã. Dawn of Sorrow tem um visual mais infantilizado e não só isso: diálogos que futilizam a obra e não acrescentam essencialmente em nada no jogo. Mesmo assim, faço questão de colocá-los em igualdade. Se Aria of Sorrow é mais sombrio por causa de seu visual gótico, Dawn of Sorrow tem gráficos mais trabalhados e segue como uma evolução quase que natural de seu antecessor.
Apesar de eu reclamar do sistema de múltiplos poderes, não poderia deixar esses jogos excelentes fora de minha lista. Embora haja muita gente que diga que eles são superiores ao Sinfonia da Noite, eu discordo. E discordo na medida em que vários poderes foram colocados e muitas vezes acabamos por não usá-los. Muito se diz a respeito da inteligência estratégica de se ter vários poderes, só que achei desnecessário e prefiro uma agenda mais sucinta. Parece que, como eles faziam esse jogo para um console portátil da Nintendo, resolveram se inspirar em Pokémon e disseram: "poderes? Temos que pegar!".
Os jogos são fantásticos e, talvez, meio fáceis. Só que a emoção de ficar no castelo do Drácula é boa. Estar no castelo do Drácula é sempre uma experiência a fenomenal. Encontramo-nos com criaturas e monstros peculiares que habitam nossa mente com perfeição. Por vezes temos que pensar e repensar para sair conquistando e desbravando os territórios do castelo e é por isso que gostamos de fazer isso em vários jogos diferentes. Toda vez que jogo um Castlevania eu tenho essa sensação, a sensação de que estou virando "dono do Castelo" como um chefão do crime ou um Estado imperialista e expansionista.
E já ia me esquecendo: nesses dois jogos você é o próprio Drácula reencarnado. E há um final alternativo que libera uma segunda campanha secreta em cada um dos jogos. Para mim, isso é simplesmente incrível. Uma das boas coisas é poder jogar com o Alucard novamente. E também você pode jogar com o Julius, só que não me encantei muito com isso. Julius não tem poderes esteticamente incríveis tal como Richter tinha. Se considerarmos o dano e o alcance dos poderes, Richter poderia ser o Belmont mais forte que já existiu. Todavia o que se considera é o fator narrativo: toda vez que o Drácula volta, ele volta mais forte e o Belmont que o enfrenta é ainda mais forte para poder enfrentá-lo. Esse fator puramente narrativo muda a argumentação, mas sejamos sincero: considerem o poder de Richter com o poder de Julius e se terá o óbvio: Richter é mais poderoso, ao menos em fatores de gameplay.
6- Castlevania: Harmony of Dissonance
Quem é um habituado jogador de metroidvanias há de pensar que sou um hipster. Creio que tem gente que irá dizer: "esse jogo é tão ruim que nem deveria estar na lista". Há vezes na vida que devemos tentar ser originais ou diferentes e corremos o enorme risco de sermos apenas idiotas. Hoje, nessa lista, corro o enorme risco de ser um idiota. Que seja, sou um idiota.
Uma coisa que sempre me interessou em Castlevania foi a ideia do castelo do Draculão se ligar ao inconsciente humano. E essa característica mental que dá forma a "realidade" e a arquitetura do Castelo sempre me encantou de forma hipnótica. Em "Harmony of Dissonance" (Harmonia da Dissonância), temos um castelo que se divide conforme a mente dividida e doentia do "antagonista". Esse fator, quase que meramente narrativo, encantou-me substancialmente.
Dizem que o jogo é "simplesmente" repetitivo. E, de fato, às vezes o jogo tende a monotonia. Há quem reclame da forma com que o verdadeiro final é revelado: pela organização de um "quartinho" que você vai ajeitando os móveis. Só que eu penso de forma diferente: e se a organização do quarto, junto com seus móveis, refira-se a organização da mente de nosso querido amigo ensandecido? Não seria isso que o jogo quis passar? A estruturação e ordenação da vida através da organização das coisas. Talvez seja essa a mensagem que o jogo quer dar.
Outro fator que me pesou nessa decisão, embora evidentemente subjetivo, é a forma com que o jogo usa o sistema de dash. Você simplesmente usa dash o tempo todo para sair andando pelo castelo e, para mim, isso é ótimo. Sempre gostei de personagens focados em dash, tal como a classe "vingador" do Lass em Grand Chase. Ter um personagem focado em dash, no qual a mobilidade vira uma das questões principais, para mim é excelente: sou fã de velocidade.
7- Monster Tale
Nenhum comentário:
Postar um comentário