Antes de Kazuma entrar no novo mundo, a vida dele era ligada a uma inércia NEET, hikikomori ou nem-nem (termos que se referem a uma pessoa que não trabalha, não estuda e nem faz estágio). Isto é, uma paralisação geral. Depois do acidente que levou a um novo mundo, ele teve que começar a se mexer.
Diferentemente do que acontece nos isekais mais modernos onde há uma inversão do mito do herói, neste há um autêntico mito do herói sendo desenvolvido pela trama. O mito do herói é: o herói adentra num um território desconhecido em que tem que trabalhar para se virar no caos que adentrou. Os isekais "genéricos" de personagens com poderes absolutos ocorre precisamente o oposto disto: o personagem central sai do caos de sua vida para entrar num mundo paradisíaco em que tudo é confortável.
É interessante observar que Kazuma, mesmo sendo um mau-caráter pouco esforçado e certamente bastante duvidoso em aumento de poder via autodesenvolvimento, é um autêntico herói enquanto muitos desses isekais que são lançado a rodo são tramas para eternos adolescentes mentais buscando o retorno uterinal. Kazuma, ao contrário dos heróis nutellas para uma geração inteira de fracassados, é um personagem infinitamente melhor que qualquer personagem de "isekai over power".
Podemos dizer que o drama de Kazuma é o drama da realidade objetiva, mesmo num universo ficcional. O mundo em que está o nosso mau-caráter favorito é o mundo em que o tempo todo lhe gera importunação enquanto ele, nosso destemido e débil herói, tenta dar alguma ordem por meio de seu esforço de ordenabilidade.
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