Analisar Cuba é algo sempre difícil. Por isso, tomei alguns cuidados: como o livro foi escrito antes dos socialistas conquistarem o poder, deter-me-ei em analisar os argumentos do autor no tempo em que ele escreve e não entrar nos meandros da situação atual de Cuba.
No momento em que o autor escrevia esse livro, Cuba tinha uma economia alheia a si mesma. Seu desenvolvimento era mais pautado pelas necessidades de potências estrangeiras do que as necessidades de Cuba enquanto nação. O que, certamente, soou como uma independência parcial e não legitimamente soberana.
Outro ponto importante: o autor ressalta o caráter da luta antifascista e luta até mesmo pela implantação dum regime de alistamento militar obrigatório em Cuba, visto que a vitória terminaria na escravização da humanidade. Um ponto que me incomodou um pouco foi a forma com que o autor atacou o trotskismo como uma forma de inimigo da mentalidade socialista e dos trabalhadores, além de associá-lo aos inimigos.
De qualquer forma, as análises do autor conduzem a uma unidade nacional que teria como base um regime de conciliação de classe - não se defendia a implantação imediata do socialismo -, o fim do racismo, o desenvolvimento dos camponeses, o fim da monocultura nos campos, melhores condições laborais e uma maior nacionalização econômica em Cuba. Pautas essas que são expostas a rigor na medida do possível.
Um ponto interessante é que o autor coloca Fulgencio Batista como homem de pautas progressistas e apoia efetivamente o seu poder. Esse ponto foge a curva das análises atuais que o caracterizam como ditador de extrema-direita.
Certamente um livro muitíssimo interessante que me ajudou não só a compreender mais a história de Cuba, como as relações que se traçavam antes de sua revolução socialista e a própria história da Segunda Guerra Mundial e a estratégia socialista durante esse período.
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