quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Acabo de ler "A UDN e o Udenismo" de Maria Victoria Benevides (Parte 8)



Livro:

A UDN e o Udenismo

Autora:
Maria Victoria Benevides



Nesse ponto do livro, a autora fala sobre as diversas separações que existiram dentro do movimento. 

A facção mineira aliou-se ao ex-presidente Arthur Bernardes para formar o Partido Republicano. Os grupos de São Paulo, Maranhão (Lino Machado), Pernambuco (Eurico de Souza) o acompanharam. Já o grupo gaúcho (Raul Pillo) formaram o Partido Libertador. De qualquer forma, houve a chamada "Oposições Coligadas" que reuniam UDN-PR-PL.

O Partido Libertador, chamado de ala angélica da UDN pelo Adauto Lúcio Cardoso, acompanharia quase todas as posições da UDN, além da defesa do regime parlamentarista. Já o PR (Partido Republicano) ficaria beneficiando ora a UDN, ora o PSD.

Adhemar de Bardos abandonaria a UDN para fundar em São Paulo o PRP (Partido Republicano Progressista) que posteriormente adquiriria o nome de Partido Social Progressista.

É historicamente interessante observar que udenistas e ademaristas se uniriam entre 1962 e 1964 para falar sobre os perigos do janguismo e da subversão comunista.

Os socialistas da Esquerda Democrática (ED) se separariam da UDN, mesmo com os apelos do Virgílio de Mello Franco, criando o Partido Socialista Brasileiro com a presidência de João Mangabeira.

Virgílio de Mello Franco, um dos principais conspiradores pré-45 e um dos mais inspirados ideólogos da UDN, morreria assassinado em outubro de 1948.

Acabo de ler "A UDN e o Udenismo" de Maria Victoria Benevides (Parte 7)


Livro:
A UDN e o Udenismo

Autora:
Maria Victoria Benevides


A candidatura de Brigadeiro foi um movimento conspiratório da cúpula. Esse movimento foi feito por dois políticos de expressão nacional, de raízes tenentistas, o Virgílio de Mello Franco e o Juraci Magalhães. A campanha foi chamada de "Campanha da Libertação" e "Campanha do Lenço Branco".

A articulação da campanha ocorreu nos fins de fevereiro de 1945. Contando com reuniões preparatórias na casa do socialista João Mangabeira e no escritório de Virgílio de Mello Franco. Os chamados conspiradores eram:
- José Américo;
- José Augusto;
- Prado Kelly;
- Adauto Lúcio Cardoso;
- Luis Camilo de Oliveira Neto.

Brigadeiro Eduardo Gomes conquistou a simpatia das classes médias que aplaudiram o ideal moralizante.

Oswaldo Trigueiro do Valle, em seu estudo sobre o General Dutra, escreveria paralelos nas pautas dos dois:
- Ambos defendiam o reestabelecimento total do Estado de Direito;
- Não diferiam em termos de posições conservadoras;
- Defendiam uma política econômica de livre empresa, capital estrangeiro:
- Brigadeiro reve apoio das esquerdas e dos liberais;
- Dutra teve apoio das finanças paulistas.

A campanha da UDN mobilizou setores das camadas médias, dos intelectuais, das forças armadas, mas os trabalhadores ficaram afastados.


Queremistas acusaram Brigadeiro de desdenhar do voto dos "marmiteiros". Logo ele foi identificado como candidato dos grã-finos. A UDN, por sua vez, recebeu o título de "Partido dos Cartolas". De qualquer forma, Brigadeiro gozou de prestígio da imprensa. Em São Paulo, era promovido pelo jornal "O Estado de S. Paulo". No Rio, pelo "Correio da Manhã", "Diário de Notícias" e o "Diário Carioca".

A plataforma de Brigadeiro tinha as seguintes pautas:
- Direito de greve;
- Liberdade sindical;
- Livre empresa;
- Papel do Estado;
- Capital estrangeiro.

Isso levou a ele ser apoiado pelas esquerdas e pelos conservadores.

É evidente que nos anos 50 a UDN abandonaria seu apoio aos direitos trabalhistas, atacaria a intervenção estatal e se tornaria defensora de um papel maior do capital estrangeiro.

A UDN já começaria a ser marcada por:
- Saudosismo na contente referência ao passado (como a defesa da Constituição de 1934);
- Papel supra-partidário das Forças Armadas;
- Conservadorismo moral, em sua forte oposição ao divórcio.

Acabo de ler "A UDN e o Udenismo" de Maria Victoria Benevides (Parte 6)

 


Livro:

A UDN e o Udenismo


Autora:

Maria Victoria Benevides


A autora explora a "Declaração do 1° Congresso dos Escritores" e o "Manifesto dos professores da Faculdade Nacional de Direito". Dois eventos importantes.


Em dezembro de 1943, Armando de Salles Oliveira, exilado em Buenos Aires, escreveria a "Carta aos Brasleiros". Em abril de 1944, Dario de Almeida Magalhães também escreveria uma declaração.


O 1° Congresso dos Escritores conseguiu unir liberais e diversas tendências de esquerda. Nesse Congresso participariam várias pessoas que fundariam a UDN:

- Arnon de Melo;

- Carlos Lacerda;

- Homero Pires;

- Hermes Lima;

- Prado Kelly.


As reivindicações eram:

- Liberdade democrática como garantia de completa liberdade de expressão de pensamento;

- Da liberdade de culto;

- Da segurança contra o termo a violência;

- Do direito a uma existência digna;

- Sistema de governo eleito pelo povo mediante sufrágio universal, direto e secreto.


A maior parte dos intelectuais não comprometidos com o Estado Novo e o Partido Comunista participaram da Frente Ampla que surgiria em torno da futura UDN. Excetuando-se o professor Fernando de Azevedo.