A Argentina é um país pouco previsível institucionalmente, atributo que lhe outorga pouca credibilidade mundial. Para piorar, a maioria dos governos se perdeu numa retórica chauvinista e, infelizmente, numa condução política isolacionista que, pouco a pouco, minou suas capacidades de realização enquanto nação. Esse tipo encadeamento atitudinal não é só frequente na história da Argentina, mas de grande parte dos países latino-americanos.
A tarefa de modernizar esse país coube a Macri, porém se notou muito a incapacidade de promover reformas estruturais graças ao legado burocrático peronista que de tudo fez para levar ao estancamento de ações gestionárias mais modernas e condizentes com o século XXI. Por todos os lados, setores gigantescos da sociedade estavam habituados com um modelo de economia politizada, onde pesa mais a camaradagem política do que uma gestão eficiente e ligada as necessidades mais prementes.
A economia politizada criava uma série de empecilhos a concorrência e tornava os empresários pouco atentos ao desenvolvimento exteriores e ao aumento da produtividade. Com empresas pouco competitivas, exigiam mais e mais proteção estatal em vez de melhorarem suas práticas. Esse tipo de comportamento paralítico também foi encontrado em todos os tipos de setores.
Mauricio Macri queria ir contra isso e tornar a gestão estatal, e sua relação com a sociedade, mais dinâmica, moderna e eficiente. Aqui não farei apontamentos de sua família com o Estado, visto que sei pouco sobre ela e, igualmente, as alegações de Macri são pouco credíveis pois vêm dum homem que teria como intuito óbvio de proteger a família.
O Estado como principal suporte ao desenvolvimento, não é um mal em si se esse processo não incorre numa retroalimentação simbiótica de debilidades Estado-sociedade. A necessidade de contrapartidas e priorização de eficiência, cumprimento de metas e "abordagem tecnocrata" pesam em muito nesse contexto.
O entendimento que o Macri passa após toda a sua experiência como chefe de Estado contribuem em muito para se compreender a Argentina enquanto nação e a leitura do livro não é recusável.
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