sábado, 5 de outubro de 2024

Acabo de ler "Teologia do Domínio" de Eliseu Pereira (Parte 1)

 


Nome:

TEOLOGIA DO DOMÍNIO: UMA CHAVE DE INTERPRETAÇÃO DA RELAÇÃO EVANGÉLICO-POLÍTICA DO BOLSONARISMO


Autor:

Eliseu Pereira


Um plano de projeto hegemônico tem uma fundamentação: as principais esferas estratégicas da sociedade. É dominando as esferas estratégicas da sociedade que se pode, por fim, dominar toda produção cultural da sociedade e assim moldá-la. Isto é, refazer a sociedade em uma configuração que fortaleça o poder do grupo que quer dominá-la.


O fenômeno do crescimento demográfico dos evangélicos e o seu poder crescente não é um assunto novo no campo das ciências sociais e religiosas. Muito pelo contrário, existe uma ampla análise desse processo que estamos vivendo. A singularidade apresentada nos últimos tempos foi a eleição de Jair Messias Bolsonaro, visto que até aquele ano nenhum candidato tinha conseguido unificar as expectativas das grandes massas religiosas.


Foi com Bolsonaro que os evangélicos se catapultaram para o centro político nacional. O anseio político religioso de muitos cristãos mais à direita não constitui uma novidade. Já não é novidade o medo ou o desgosto que muitos exibem para com o humanismo, a mentalidade conspiradora em relação ao comunismo e o anseio de criminalizar o debate político para fins de autopreservação.


O discurso dos evangélicos bolsonaristas não advém unicamente da teologia do domínio (TD), ele vem com um "pack". Esse "pack" é o da teologia da prosperidade (enriquecimento) e o da batalha espiritual (o que representa não uma batalha espiritual no estilo clássico, mas um cerceamento em relação ao mundo, as várias ideias e a qualquer objeto ou pessoa que se furte a lógica de seita). 


Esse fenômeno não é só nacional. A teologia do domínio é uma velha conhecida nos EUA. A sua relação com a eleição de Reagan e, mais recentemente, de Trump chega a ser até mesmo escandalosa. É evidente que existe uma "missão cristã" dentro da política brasileira – cristãos são, como qualquer outro grupo humano, um grupo que possui aspecto político. O aspecto político – presente em qualquer agrupamento humano – tem pautas próprias, quer queira, quer não. 

AI/IA

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