quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Acabo de ler "Qualquer Coisa Serve" de Theodore Dalrymple.

 


    Acabo de ler "Qualquer Coisa Serve" de Theodore Dalrymple.

    "Não odeio religião - na verdade, sou mesmo a favor dela. Assemelho-me a Gibbon, que ao tratar do sincretismo religioso romano declarou, admirado, que o povo achava que todas as religiões eram igualmente verdadeiras, que os filósofos as julgavam igualmente falsas e que os magistrados as consideravam igualmente úteis, sem porém haver qualquer conflito sobre o assunto. Ou seja: a religião era útil por melhorar o comportamento humano e mantê-lo lícito".

    Dalrymple é um dos escritores que mais gosto devido a sua escrita sarcástica que, muitas vezes, leva-me a várias risadas durante a leitura. O mais interessante é que Dalrymple é um homem que dá análises de situações extremas que, por sua extremidade, sempre levam ao aguçamento de minha curiosidade.

    Grande parte da escrita de Dalrymple se deve ao seu contato direto, sua experiência pessoal, com criminosos, com ditaduras e com países subdesenvolvidos que sofrem de violência extremada. E não para por aí, a própria vida investigativa de Dalrymple contempla o estudo de várias experiências perigosas que tomaram forma de literatura. Estudar a questão do mal é, para ele, um assunto sempre novo e interessante.

    Creio que as várias experiências com "o problema do mal" que Dalrymple vivenciou o levaram ao seu ceticismo político e seu pessimismo antropológico, tornando-o um intelectual conservador. Não um intelectual conservador qualquer ou algum fanático político. Dalrymple está longe de ser um reacionário bolsonarista ou coisa análoga, muito pelo contrário: ele é um brilhante intelectual, com uma erudição vastíssima e um reportório argumentativo inigualável. Não só isso, como já disse anteriormente: muito de seu posicionamento intelectual surge de uma experiência direta com o problema tratado.

    Não me senti nem minimamente entediado em nenhum momento da leitura da obra, sempre fiquei impressionado pela riqueza vivencial e intelectual de Dalrymple. E, mais do que isso, tive muitas boas risadas com o sarcasmo do autor.

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