Aparece-me tal como mera hipótese e já atormenta todo meu imaginário. Ainda não existe e não é confirmado que haverá de existir, só que já não me julgo suficientemente bom e digno de ti. Nem nasceste, mas já pode alterar todo um mundo que se divide entre antes e depois de ti. Se vier de ser, haverá de ser amado. Se vier a acontecer, haverá de ser cuidado. Se houver, estarei para o que haja. Minha consciência eclipsa-se na imagem de um ser a formar-se. Uma fonte de desespero e amor prévio, que nunca julguei possível existir, nasce em meio ao meu coração desértico. Haverá de ser, existindo ou não, lembrado. Haverá de ser, ainda não existindo, de ter me mudado.