quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Acabo de ler "Duas Revoluções" de Perry Anderson

 



Antes de começar a análise, gostaria de dizer que o livro tem, ao todo, quatro participantes. Mesmo que o principal seja Perry Anderson, há também uma segunda principal que lhe serve de contraparte: Wang Chaohua. Fora ele e ela, temos dois brasileiros que servem de complemento: Luiz Gonzaga Belluzzo e Rosana Pinheiro-Machado.

Se você se pergunta do que se trata o livro, ele fala das duas maiores revoluções socialistas: a russa e a chinesa. Analisadas em conjunto, os autores buscam traçar paralelos entre elas, saber de seus fracassos e sucessos, hipotecar o futuro do regime chinês, encontrar as razões da perda do regime soviético. O que é uma tarefa enorme, não?

China e Rússia, em períodos distintos, passaram por transformações semelhantes. Só que suas revoluções se deram de modos distintos. Na China, houve uma divisão territorial de estados paralelos. Na Rússia, houve uma tomada mais "direta" do poder. O socialismo russo tentou transformar todo movimento socialista na sua imagem e semelhança, com isso acabou frustrando relações e até mesmo levou a ruptura sino-soviética no período de 1960.

De qualquer forma, os dois países se apoiaram no personalismo, no sentimento patriótico e, igualmente, no aparato repressivo. Ambos países tiveram expurgos dos quadros de seus respectivos países comunistas. Porém houve um período em que a polícia importou mais que o partido na parte russa, coisa semelhante não ocorreu no regime chinês.

Quando olhamos para o fracasso do regime soviético e da ascensão chinesa, vemos algo mais tenebroso do que uma certeza: vemos uma incógnita. O mundo verá a China como a maior potência? Que lições (e espalhamentos) tirará disso?

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