quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Acabo de ler "A Repressão" de Sigmund Freud

 



O ser, para a psicanálise, está num estado de luta interna. Os fragmentos de si, cada qual reivindicando uma diferente - e por vezes oposta - proposta, brigam para que adentrem na direção das ações do ser. Isso, por si mesmo, indicaria como somos flagrantemente contraditórios e, quiçá, hipócritas.

A verdade é que a unidade do ser enquanto tal é objeto de uma briga constante e assustadora para cada pessoa no abismo de si mesma. Nela é que nos realizamos em maior plenitude, porém tal unidade só existe em momentos devido a nossa natureza dinâmica. Logo a vida é uma luta em que buscamos conciliar todos os nossos fragmentos e daí conseguirmos a plenitude por algum momento.

Imagine um ser atordoado que, mesmo que inconscientemente, tem uma luta de si para si. Não sabe mais quem é, entra numa crise de identidade em que tudo se anuvia e é-se difícil enxergar e inteligir o mundo. E tudo isso leva a um gasto energético de valores opostos que se contrapõem. Vê-se, então, uma realização de um fragmento e depois de outro, conforme a hegemonia de uma ou de outra parte se realize momentaneamente.

É graças ao reconhecimento de que o ser humano é um enigma para si e para outrem que a psicanálise busca investigar tamanhos processos subjetivos, interpretá-los e chegar ao mapeamento das diferentes partes. Uma luta que leva a integração das diferentes partes e harmonia unitária do ser. A busca psicanalítica é a busca do ser para consigo mesmo, é a tentativa da realização da intimidade de si para si.

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