Quem diria que eu iniciaria um livro inteiramente em espanhol já no início de 2023? Pois é, e mais do que isso: analisar livros escritos em espanhol se tornará prática comum daqui em diante.
A Argentina desperta curiosidade por ser, aparentemente, a nossa maior rival. Embora talvez eles vejam essa figura no Chile. Sua história é bastante assemelhada com a nossa: um país que foi colonizado e teve seu desenvolvimento voltado a sua própria exploração, um país que vivenciou uma série de golpes e rupturas institucionais, um país que sofreu nas garras de tiranetes que tinham por fim a dominação política e territorial.
Se seu desenvolvimento se deu em razão de sua própria condição exploratória, as ideias liberais que pipocavam na Europa lhe trouxeram uma visão problematizadora de sua relação com a sua "dona". Conflitos sociais se acentuaram em seu seio na medida em que os tradicionalistas - usualmente ligados ao regime espanhol por privilégios - conflitavam com aqueles que sonhavam com a sua pátria liberta.
Mesmo após a sua libertação, a unidade de sua nação foi posta em cheque várias vezes por caudilhos que queriam preservar seus domínios territoriais. Também havia a questão de Buenos Aires que relutou por muito tempo se integrar com o restante do país. Quanto menos um território era ilustrado, mais resistente demonstrava-se para com mudanças essenciais.
Outra questão que lhe marcou é a forma como Perón conduziu o poder e gerou um importante legado político - que até hoje a marca - e a forma com que ela mudou alternativamente entre o liberalismo e o nacionalismo. Assemelhando-se a típica instabilidade latino-americana.
Sem dúvidas, um livro fantástico e que marcarei em meu coração pela beleza de sua história e, igualmente, por ter sido o primeiro livro que li em espanhol.
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