Um livro escrito pelo próprio Hugo Chávez e com o prefácio escrito por Nicolás Maduro chama, logo de cara, muita curiosidade e especulação. Talvez seja pelo amor declarado ou ódio visceral ao qual se dirige a essas duas figuras, num dualismo nauseante que, na verdade, cria mistificações grosseiras. É preciso, antes de tudo, um olhar que não seja patologicamente direcionado em respostas pré-definidas por orientações diversas.
O conteúdo é, de certa forma, simples e de fácil assimilação. Porém ele é um livro que cria uma série de referências que, muito dificilmente, poderiam ser facilmente digeridas em sua abarcabilidade sistemática. Isto é, o leitor será convidado a um estudo de vários autores para compreendê-lo na íntegra. Logo o esforço real que somos convidados não é, de forma alguma, tão fácil quanto podemos supor.
O livro traz, em teu seio, um desejo pelo retorno idealístico dos homens. O movimento que ele estrutura surge principalmente de três autores:
- Samuel Robinsón;
- Simón Bolívar;
- Ezequiel Zamora.
Cada um desses autores serve para traçar, de forma conjunta, uma política autêntica ao Estado venezuelano. Nesse plano, criado pela sistematização sintética desses autores, vemos a valorização da participação do povo na planificação das ações políticas, a crença na educação popular, a ideia da fundamentação identitária para a resolução das necessidades nacionais e, não menos importante, uma política voltada aos interesses das necessidades da população.
O livro é, de fato, muito interessante e de leitura necessária para quem tiver interesse de conhecer melhor a fundamentação política da Venezuela contemporânea e, de igual modo, do seu passado e da forma que seus pensadores desejam que ela se torne.
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