Os escritos de Ernesto Sabato são fascinantes. Ele é um grande pensador latino-americano e adentra no ringue com um dos maiores ensaístas do século XX. Sua obra, entretanto, também é marcada pelo tom lírico de sua escrita e pela utilização de múltiplas disciplinas para a criação conteudística.
Ernesto foi um intelectual altamente combativo e erudito. Capaz de prosear sobre os mais diversos assuntos como se estivesse num passeio. Não lhe eram incomuns temas como ciências exatas, humanas, sociais ou artísticas. Até o terreno da psicologia e biologia lhe eram comuns.
Nesse livro, estamos na fase adulta desse grande homem. Percebe-se que nesse período existe um tom mais sereno no escrever, o que é particularmente distinto do tom mais beligerante usado "Uno y el Universo". No livro anteriormente analisado, permanece a crença na ciência e na técnica. Aqui existe o conhecimento de que a ciência e a técnica são boas, mas devem ser utilizadas de modo humanisticamente responsável.
Há também o fato de que Ernesto também comenta assuntos menos abstratos e mais ligados à vida cotidiana. Coisa que lhe seria bastante estranha quando era mais novo. O que demonstra uma apreciação mas multifacetada da vida e menos ligada às altas abstrações da vida acadêmica/intelectual.
De fato, como o livro em si demonstra e pelos discursos apresentados por admiradores da obra sabatiana, Ernesto é um grande pensador e não poderia ser ignorado sem que se perca substancial parte do pensamento latino-americano e mundial. Visto que a obra de Ernesto não é só muito apreciada na América Latina, como em todo o mundo.
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