Uma das mais importantes escritoras da literatura infantil, María aqui nos dá pistas de toda a importância em que a literatura, chave para o entendimento do outro, se insere. E, certamente, um livro fascinante para quem é apaixonado pela literatura e, não só ela, pela profundidade da vida em si.
A leitora, por diversas vezes, exalta as benesses da educação pública que lhe foi dada gratuitamente pelo Estado argentino. Sem isso, não seria essa mulher que mudou e salvou almas pelo compromisso sólido com a formação cultural de diversas pessoas. E isso não é um exagero ou mera propaganda política.
Nesse livro, aprendemos a importância de livros difíceis e a necessidade da formação de bons leitores. Além de que a literatura é um acesso ao outro e um ponto de encontro que permite uma maior dialogicidade e proximidade para com o próximo. Ataca aquilo que chama de analfabetismo pragmático - leituras precarizadas elegidas simplesmente pela leitura pela leitura, que nada mais é que uma simplificação grosseira.
Por outro lado, também fala da leitura como um importante nivelador cultural e uma prática que dá acesso aos bens culturais. Logo a promoção da leitura é, igualmente, a promoção da igualdade de acesso ao capital cultural. Essa parte é extremamente importante, visto que os anos de ditadura levaram a um enfraquecimento da cultura literária argentina e o consumo cultural - que foi elitizado.
Recomendo muito a leitura do livro. Ele não é só uma espécie de ensaio sobre a literatura, é também da política, da história da Argentina e, incontestavelmente, da vida que autora levou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário