O que ligaria o governo Menem com o governo Kirchner? Ambos são, notoriamente, autodeclaradamente peronistas. Embora se duvide muito que Menem de fato o seja, visto que ele tem uma mentalidade bastante liberal - e Perón estaria mais próximo da terceira via. De qualquer modo, nasceram no meio dessa mentalidade que nos é estranha e distante.
O governo Menem pode ser considerado problemático e um sucesso em múltiplas vias. A depender também, é claro, da linha política daquele que analisa. O que poderá variar muito e, igualmente, verificar-se-á um contorcionismo mental gigantesco para ser absolutamente contra ou absolutamente a favor. Se bem que eu, não ligado a nenhum grupo de esquerda ou direita, prefiro seguir uma análise mais cética ou tíbia.
Menem e Kirchner são governos contrários. O primeiro defendeu a menor participação do Estado no intento de modernizar e dinamizar a atividade econômica. O segundo (e a terceira, já que a sua esposa também governou) defendeu uma maior participação do Estado como forma estratégica e soberana. Só que eles têm um ponto em comum: a defesa de suas atividades ilícitas.
Numa posição nem tem rara assim, os três queridos, politicamente distintos, uniram-se num conluio em que cada qual defenderia a costa dos outros. Não por animosidade e tolerância democrática, mas por ocultação de crimes. O que leva a pensar: seria a corrupção o motivo mais forte e irresistível para impulsionar a convivência democrática? A piada acaba, porém o questionamento fica.
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