sexta-feira, 7 de abril de 2023

Acabo de ler "La historia me absolverá" de Fidel Castro (lido em espanhol)

 



A Cuba vivia numa violenta ebulição social quando esse livro foi escrito. O melhor seria dizer: o desenvolvimento desse se trata duma transposição entre uma retórica fulminante de Fidel Castro num discurso em forma textual. Esse livro é o discurso de Fidel em defesa própria, e caso não saibam: Fidel era advogado.


Em sua época, Fulgêncio Batista era o ditador da vez. Corrupto, autoritário, utilizava do poder desmesuradamente e constrangia os direitos humanos mais fundamentais. É possível se especular que a própria radicalização do conflito social, em sua consequência última (Revolução Cubana), tenha sido em parte culpa da condução assimétrica que o governo ditatorial do Fulgêncio Batista tomou. É sabido que uma pressão constante em um lado gera uma contrapressão que lhe vai em sentido oposto. Um lado armado extremamente dialeticamente faz com que o oposto surja em radicalidade como forma de contrapartida.


Nota-se aqui uma inteligência dentro de Fidel Castro e a unidade dum discurso coerente, um tom fortemente moralizador e uma necessidade combativa de mitigar as problematicidades que Cuba se encontrava em seus mais diversos âmbitos. O que se pode questionar é, ao final, a forma que o próprio Fidel Castro agiu dentro do poder e o grau de similitude que encontrou com aquele que mais combateu (Fulgêncio Batista).


Não posso deixar de citar o nome de José Martí, um pensador e responsável por grande parte do movimento revolucionário cubano, que influenciou bastante a Fidel Castro. Este é citado com frequência por Fidel na estruturação de suas ideias e a sua leitura deveria ser recomendada para compreender as ideias de Fidel.


A leitura desse livro é recomendada para todos aqueles que querem compreender mais da história cubana. Mesmo que, assim como eu, estejam distanciados da figura de Fidel Castro.

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