O filósofo, e também profeta, mexicano se destaca muito pelo seu livro "La Raza Cósmica". Em alguns casos, bem negativamente, como o foi na visão de Carlos Rangel. Em outros assume um ar de esperança, sobretudo pelo que promete para a tão desesperançada América Latina.
É preciso notar que existem pontuações que este homem, notável em conhecimentos, acertou inegavelmente:
1. A separação dos povos latino-americanos fragmenta-os geopoliticamente e torna a região mais acessível aos interesses imperiais;
2. A ausência dum nacionalismo civilizacional traz consigo sempre uma conduta fracassada, de ódios múltiplos e incapacidade de compreensão entre os membros desta mesma civilização (a latino-americana).
Estes pontos já haviam sido alertados por Simón Bolívar, porém as vaidades dos homens foram muito mais levadas em conta do que as grandes aspirações civilizacionais latino-americana - e, no fim, continuam sendo.
Outra asserção fundamental: é a síntese entre os diversos postos que gera um produto superior, visto que a síntese é superior as partes. Todavia isto já é muito posto pela filosofia, embora não saibamos concretamente como percorrer o caminho que seja de fato sintético. E é desta ideia que ele percebe na mistura tipicamente latino-americana a quinta raça (a cósmica) que transcende todas as outras. O brilhante futuro que ainda não chegou.
Existem pontos que, olhados hoje, soam-nos risíveis ou doentios. A ideia de que nada de grande surgiria dos asiáticos é uma profecia lamentável. Dará ao leitor graciosas risadas. A hipótese de que pessoas "muito feias" não podem reproduzir soa - e é - uma ofensa aos direitos mais fundamentais.
O livro é muito bom em vários sentidos. Por vezes soa utópico demais e por outras a história, seja para nossa alegria ou tristeza, o desmente. Deveríamos, entretanto, considerar seriamente algumas partes dele. Orgulharmo-nos e sentirmo-nos como pertencentes duma civilização, a latino-americana, é essencial.
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