domingo, 25 de setembro de 2022

Acabo de ler "O que deu errado no Oriente Médio" de Bernard Lewis

 



Há muito tempo atrás, a civilização islâmica era o cume da civilização. Uma sociedade de liberdade, ciência e criatividade. Os ocidentais, sobretudo cristãos, importavam os conhecimentos dos seguidores de Alá. Só que, com o tempo, tudo foi indo ao brejo e o Ocidente ultrapassou o Oriente.

Dizer que toda pessoa do Oriente Médio é muçulmana seria estranho e insensato. Por muito tempo, judeus e cristãos divergentes iam para os domínios muçulmanos para terem liberdade. Essa liberdade era maior que na própria Europa, todavia essa liberdade tornou-se menor na medida em que a Reforma, o Renascimento, as Revoluções Políticas e Industriais tomavam forma no Ocidente. A situação entrou numa inversão: os muçulmanos não eram mais donos da ciência e da liberdade, os terrenos cristãos e, seguidamente, pós-cristãos cresciam cada vez mais. O imitado tornou-se imitador.

Como uma civilização que já foi a mais criativa, igualitária e científica pode, então, retornar à glória de outrora? Existem duas vias principais: a dos fundamentalistas que almejam o retorno ao assim chamado islã primitivo e aos dos modernizadores que querem atenuar o poder diretivo da religião - separando "Igreja" e Estado, tal qual no Ocidente. Só que essa separação, em grande parte, nunca existiu no horizonte de pensamento teológico do Islã.

Virão aqueles que pensaram que a escolha por uma separação entre religião e política nada mais é do que submissão política e cultural ao Ocidente. E haverão aqueles que defenderão, com unhas e dentes, uma modernização do debate religioso. De qualquer forma, o destino da alma civilizacional islâmica se encontra em choque e não sabemos o que se sucederá.

Eu posso dizer que não li esse livro, eu o devorei. Tive que ficar durantes horas parado, lendo minuciosamente e adquirindo, com êxtase, as informações que me eram disponibilizadas. Todos os choques culturais me trouxeram, também, a dúvida de como o Brasil poderá modernizar-se ao novo tempo presente. Igualmente aumentei meu grau de empatia e conhecimento sobre a civilização islâmica - que me encanta cada vez mais.

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