Olho-te a ir desesperançado, o tempo junto parece cada vez menor na medida paradoxal em que ele aumenta. Quanto mais ficamos ao lado, mais quero-te ao meu lado. Dez horas são-me agora efêmero prazer, quero-a em todo o momento, quero-lhe sempre. Passo o dia a viajar imaginativamente quando lhe terei de volta, minha consciência não participa de nada que eu faço - meu pensamento perde-se inteiramente em ti. Só consigo mentalizá-la em todo momento que passo, nada mais me é importante.
E quando te abraçar novamente, meu coração baterá mais forte que todos os corações do mundo. Quando beijá-la, terei a sensação beatífica prévia do paraíso. Tê-la é ter a imanentização paradisíaca a bater no meu peito. E, se um dia eu pudesse escolher o mundo, escolheria a ti, já que tu és meu mundo, inteiramente meu mundo.
Não posso esperar até o amanhã, não posso esperar um dia sequer, um segundo sequer, nem um milésimo sequer para tê-la como minha mulher. Eu só quero sentir a ti, só quero beijar a ti, só quero amar a ti, só quero desejar a ti, só quero abraçar a ti, só quero ver a ti. E quando me disserem que você é pouco para suprir todas as demandas que minha alma humana quer, responderei que me é de inteireza perfeita e suficiente. Tu és a omniabrangência que meu apaixonado coração precisa.
Nas entrelinhas, toda vez que te abraço sinto um pedacinho do céu. Nas entrelinhas, toda vez que você se afasta, encontro-me no inferno. Nas entrelinhas, ter-te ao meu lado e não poder beijá-la é como estar no purgatório privado da proximidade do amor divino que tanto se espera. Nas entrelinhas, estar perto de ti é como ser conduzido ao nirvana. Nas entrelinhas, vê-la sorrir é como olhar uma linda Lua cheia estrelada. Nas entrelinhas, ouvir a tua voz é como ver o Sol depois de achar que ele nunca voltaria. Nas entrelinhas, amá-la é ter certeza que o paraíso é realizável.
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