sábado, 16 de outubro de 2021
Acabo de ler "O Clube dos Anjos" de Luis Fernando Verissimo.
Acabo de zerar Donald Duck: Goin' Quackers no GameCube.
Zerei a versão de Dreamcast de Donald Duck: Goin' Quackers.
Acabo de reler "O Incolor Tsukuru"
Acabo de reler "O Incolor Tsukuru Tazaki e seus anos de peregrinação" de Haruki Murakami.
É sempre fantástico ler um livro de Haruki Murakami, reler e ainda se encontrar nele é ainda mais fantástico. O amor e a identificação que tenho por esse grandioso livro é sempre atual e constante. Eu me vejo bastante no protagonista, seja de forma pessimista, seja de forma otimista.
Tsukuru, nome do protagonista, quer dizer "construtor". Alguns teólogos da libertação usam a palavra "antropogênese" para se referir a vida humana, já que o homem não é um produto datado ou regido instintualmente tal como um animal irracional. O próprio personagem segue a sua jornada vocacional, perguntando-se sempre quem ele é e nunca dando um resultado cabal. A resposta para tal enigma é que a vida em si é um enigma e todos nós estamos em construção constante e perpétua - talvez até o momento de nossa morte, quiçá até depois dela. Tsukuru, esse personagem incolor ou sem coloração definitiva, reflete cada um de nós: projetos humanos díspares e singulares, cada qual com sua antropogênese. Se você se sente confuso ou mal por não ter uma identificação imediata e concreta, não se assuste: o ser humano está sempre em antropogênese, essa condição disforme é o que caracteriza a sua liberdade e é a maior marca de sua humanidade. Nunca fique triste por não ter uma posição marcada, isso só prova a sua humanidade. Não fique triste por ser humano, orgulhe-se disso.
Comprei algumas coisinhas
Comprei um conjunto de coisas hoje.
1- Caderno:
Servir-me-á para o estudo de psicologia. Separo cadernos diferentes para diferentes anotações de estudo, assim garanto maior organização de estudo e uma variedade de assuntos analisados - aumentando meu horizonte conhecimento. Costumo chamar essa variedade ordenada de: "dieta intelectual".
2- Tratado sobre a Tolerância:
Achei esse maravilhoso livro por apenas dez reais, comprei-o pelo baixíssimo custo e também pela qualidade da obra. É uma obra que tive sempre uma especial curiosidade.
3- Caderninho Amarelo:
Será útil para anotações de livros com baixo nível de abstração, já que neles eu anoto bem menos.
4- "Pack de Canetas":
Como tenho um método de anotação dividido em etapas e gosto de anotar em diferentes cores para me localizar melhor na leitura, elas servirão exatamente para isso. Já que costumo escrever todos os dias, sempre tenho que pegar novas canetas.
5- Fones de Ouvido:
Servirão para meu celular, já que gosto bastante de ouvir música e também para meu 2DS quando eu jogar de noite.
segunda-feira, 20 de setembro de 2021
Acabo de ler o livro de Craque Daniel.
Acabo de ler o livro Craque Daniel.
Se a felicidade é a integração na sociedade e o bem-estar dessa mesma sociedade, o ser se perde na justificação contínua para essa sociedade. Cria-se uma linha dura mundana que escraviza o homem em ada ptações eternas para essa sociedade. Toda construção é uma negação de si mesmo, já que mundanismo nunca é aceitação de si mesmo ou autoconsciência: é servidão aos interesses de uma sociedade, condicionamento contínuo ao bezerro de ouro social.
Trazer o paraíso para Terra se tornou a perda de tempo mais comum do intelectual médio. Talvez isso seja pelo próprio fato de que o moderno e o pós-moderno já perderam as noções mais preliminares de teologia faz tempo. Quiçá seja pelo fato do idealismo tipicamente gnóstico domine o mundo com a sua imanentização escatológica, trazendo não o paraíso, mas uma própria forma de inferno. Ditaduras nascem cheias de boas intenções.
É preciso ser realista para ser comodista. Não se pode frear o mal no mundo, mas pode-se atenuá-lo através de boas ações, políticas públicas, programas sociais e uma economia com algumas ideias voltadas ao bem-estar comum. O homem que se dedica a colocar o paraíso na Terra só poderá ser um Deus "mais incompreensivo que o do Antigo Testamento". Já que o reino de terror em todas as ditaduras nada mais foi que o "reino de amor" de homens que queriam o bem.
Um homem que se dedica a ordenar toda a realidade ao seu gosto - mesmo que seu gosto seja bem-intencionado - só pode sofrer pela incapacidade de subjugar o real. Ou delirantemente atacar toda falha como uma conspiração feita por seus inimigos, tornando-se um tiranete ou algo pior: um efetivo líder totalitário. É preciso ser pessimista para reagir com prudência as tentativas infernais daqueles que querem um mundo melhor, já que quase todo mal do mundo vem sempre deles e de suas supostas boas intenções. A sobriedade nos leva a negar o paraíso na Terra, visto que essa ideia sempre leva para o inferno na Terra.
quarta-feira, 1 de setembro de 2021
Acabo de ler "Agnosticismo" de Laurence B. Brown
Acabo de ler "Agnosticismo" de Laurence B. Brown.
O agnosticismo era para ser uma metodologia que tenta verificar a verdade ou inverdade presente na religião. Se o agnosticismo configura ou leva a uma covardia intelectual que se recusa a encontrar uma solução para o drama religioso, isso é uma questão que precisa ser avaliada com mais calma.
A questão da verdade, na esfera da religião, é um terreno turvo e turbulento. Sendo transcendental, deve estar acima e imaculado. A transcendência é ascendência do espírito, mas como podemos saber se nossa crença é, de fato, real? Se Deus é puro e não erra, como pode nos passar algo que não é crível? Se o paraíso depende de uma crença, como poderíamos crer em algo pouco razoável? Se a crença não é razoável, a própria fundamentação escatológica está inteiramente errada ou é injusta - não se pode condenar alguém por errar num debate sem fontes cabíveis e estruturação intelectual certa. Essas questões sempre vão e voltam na questão teológica, questões difíceis de responder e que carregam uma eterna tensão. O pensamento religioso não pode se dar o luxo de errar sem se tornar menos religioso.
O autor fala de diferentes tipos de vivência de fé entre cristãos:
"Adeptos doutrinários podem ser divididos em subcategorias funcionais com base nisso. Por exemplo, os cristãos teístas (ortodoxos) que concebem que concebem que a realidade de Deus pode ser provada, os cristãos gnósticos que concebem o conhecimento da verdade de Deus como reservado à elite espiritual, e os cristãos agnósticos, que mantém a fé ao mesmo tempo em que admitem a incapacidade de provar a realidade de Deus. A diferença distinguível entre esses vários subgrupos não reside na presença na fé, mas nas tentativas de justificá-la"
A forma como ele coloca três alternativas que são quase sempre resumidas em duas: teístas e gnósticos. Apresentar a opção de um cristianismo agnóstico enriquece o debate na medida em que tira a sua imprecisão.
Esse livro demonstra que o drama religioso tem múltiplas vias, todas difíceis e com alta tensão para o vivenciador da fé. Algumas mais sentimentais, outras mais racionais e outras menos seguras de si. Teologia não é pra criança.