sábado, 16 de julho de 2022

Falas Provisórias

Eu tive que encontrar alguém, com dúvidas e penúrias, fui lá e encontrei.

Depois que acordei, me banhei, me arrumei. Naquele dia andei de metrô e andei de trem.

Não ter medo tentei,  e expectativa criei,
Mas no trem lotado me irritei.

Enfim cheguei, comi, bebi e brindei

Um presente ganhei, e um livro lerei,
E durante a bela canção eu jurei, e
Despertar eu irei.

Desapaguerei, compartilharei e ensinarei, mas também também aprenderei.

Do mato a cidade eu andei e vários sabores provei, e saio certo que bons ventos encontrarei.

Dionísio ou Apolo eu não sei.


Falas provisórias.

 É certo e incerto o que é o certo.

terça-feira, 12 de julho de 2022

Acabo de zerar "The Legend of Zelda: a Link to the Past" do Super Nintendo

 



Fazem anos que não zero um jogo de Super Nintendo, ainda mais um jogo longo e complicado como Zelda. Pra matar minha nostalgia, resolvi zerar esse grande diamante bruto do SNES. Demorei dias, é claro. Só que finalmente consegui zerar.

É incrível como uma franquia pode marcar a nossa cabeça sem que a gente se dê conta. Lembro-me de que, ao receber meu Wii em casa, eu disse a mim mesmo que zeraria Zelda. Dito e feito: o primeiro foi Wind Waker, o segundo foi Skyward Sword e o terceiro Twilight Princess. Hoje coloca mais um em minha lista: a Link to the Past, que optei por zerar num emulador.

É sempre fantástico entrar no complexo e lindo mundo de Zelda. Tudo no jogo é um gigantesco quebra-cabeças no melhor sentido do termo. E a necessidade de pensar faz parte da magia do jogo. Novamente estive a quebrar a minha cabeça para resolver todos os difíceis calabouços. Agora o que tenho é um recompensado orgulho de ter conseguido, mais uma vez, ter encarado tudo e vencido até o final.

O pensamento que tenho é que a vida, em si, é um grande Zelda - complicada e cheia de quebra-cabeças que te deixam com dor de cabeça. Se encararmos tudo até o final, quiçá Demise apareça, tal como em Skyward Sword e diga: "Você é o melhor de sua espécie". A vida é problemática e nisso concordo com Chesterton em uma frase: “Uma inconveniência é apenas uma aventura erroneamente considerada; uma aventura é uma inconveniência corretamente considerada.”

quarta-feira, 6 de julho de 2022

Acabo de ler "A Inversão Revolucionária em Ação" de Olavo de Carvalho

 



Achei pertinente dar uma lida num livro do Olavo após um tempo de sua morte. Talvez para enxergar com olhos menos afetados pela sentimentalidade do tempo ou quiçá para um simples entendimento crítico do que estava sendo, até então, exposto nos círculos do jornalismo conservador. Fazia algum tempo que lia mais críticos do Olavão do que o Olavão em si. Li o livro da filha dele e do Meteoro Brasil, além disso, leio o livro do Orlando Fedeli e do Fernando Schlithler contra ele.

Quanto ao livro em si, creio que existam uma série de informações sortidas - é um livro de jornalismo - que, basicamente, variam no grau de plausibilidade e teriam de ser analisadas pormenorizadamente para uma maior razoabilidade. Quanto a estilística do autor, cabe lembrar que o Olavo foi um escritor de nível altíssimo e sua capacidade de escrever bem está acima da média - embora não se possa dizer o mesmo do valor informativo dos seus artigos jornalístico, visto que estão condensados com teorias conspiratórias. O humor do Olavo é sempre surpreendente e é possível dar boas risadas durante a leitura.

Perguntando-me agora a sensação que tenho após ler o Olavo de Carvalho depois de tanto tempo, vejo que sinto falta do "velho fumadeiro". Poderia ter com ele algumas divergências, só que tínhamos vários pontos em comum. E eu francamente achava o velho engraçado. Não ligava para as coisas que discordava ou para o que diziam dele. Ele, para mim, sempre foi uma figura que, pela força de sua personalidade e bom humor, eu sempre ouviria para dar boas risadas ou passar o tempo. Mesmo que isso aparente um desgosto ao querido leitor ou a leitora.

Eu sabia que um dia Olavo de Carvalho morreria, só que me habituei a pensar que não. Tive uma série de amigos que foram olavistas sinceros. Alguns que tive a alegria de conhecer pessoalmente e outros que, pela infelicidade do destino e localização geográfica, só conheci pela net. De qualquer forma, manti-me neutro e distante do debate olavista vs antiolavista. E espero permanecer com minha forma equidistante e confusa por um bom tempo até ter dados suficientes pra uma noção mais cabal.

sábado, 2 de julho de 2022

Acabo de ler a segunda parte "Scott Pilgrim Contra o Mundo" de Bryan Lee O'Malley

 



A segunda parte trás mais desenvolvimento aos personagens, marcando a própria percepção de tempo do protagonista e a necessidade que ele tem de crescer para cumprir funções básicas das vida como comer, pagar a residência em que mora ou simplesmente sair com os amigos.

O que mais me marcou nessa HQ foi o fato de que ela trata, assim como a outra, de conflitos da vida do jovem-adulto. Fase essa que, enquanto eu escrevia esse texto, eu faço parte. É muito comum eu me ver, além de ver meus amigos, dentro dessa HQ e seus conflitos. É claro que o meu mundo não chega a ser tão fantástico como o de Scott.

O que se pode dizer do livro até então? Que os personagens estão cada vez mais interessantes. O passado da Ramona, e não só o dela, é passado com o tempo e adquire cada vez mais um quê de misteriosidade. Fora que Scott está se tornando mais responsável para com a realidade e o seu passado também é desvelado. Novas lutas também acontecem nessa segunda parte.

Em atributos gerais, podemos ver que o livro está quase sempre ligado aos problemas da fase final da adolescência e do jovem adulto. Fora que a sexualidade é tratada com um quê de liberalidade, porém equidistanciada de uma explicitidade. No fim, lemos a revista em quadrinhos não só pelas suas mirabolantes lutas ou referências à cultura nerd/geek, lemos também para saber o que acontecerá com cada personagem do mundo de Scott.

sexta-feira, 1 de julho de 2022

Acabo de zerar "Digimon Rumble Arena" do PS1

 



Esse foi o primeiro jogo que joguei no PS1. Joguei-o quando ainda era criança e, de tempos em tempos, zero ele de volta apenas pelo prazer de zerar um dos meus jogos prediletos. Esse estranho ritual, quase que religioso, sucede-se de ano a ano.

Por incrível que pareça, esse é o único jogo de luta que eu de fato gosto. Além de ser o jogo que mais zerei em toda minha vida. Considero sua jogabilidade simples, embora ela seja extremamente agradável. Os gráficos me encantam até hoje e eu simplesmente esperei anos para poder jogar o 2, quando joguei no GameCube (pelo Wii), senti-me imensamente decepcionado com a sua gameplay, desequilíbrio de personagens e digimons que se repetem. Embora os gráficos sejam bem bonitos.

Eu sempre me sinto agarrado a minha solitária, porém divertida, infância quando rejogo alguns joguinhos. Esse é um dos que mais me encanta, já que é um dos que eu apagava do Memory Card apenas para ter o prazer de zerar de novo. Parece que algumas coisas ficam pra sempre em nossas vidas. O gosto por um autor em específico, um livro que guardamos no coração, um determinado sabor de sorvete e, também, jogos que amamos jogar e rejogar.

Termino essa preciosa jogatina com a quase certeza que, se tudo der certo, jogá-lo-ei ano que vem novamente.

terça-feira, 28 de junho de 2022

Um ano de Cadáver Minimal

 


O blog tá fazendo um aninho e eu nem tenho o que falar. Infelizmente, não tenho nada de especial para lhes dar. Ao menos não agora. Só que para felicidade geral da nação, não venho de mãos vazias. Trago-lhes o meu canal do YouTube em que realizo narrações de textos, alguns encontrados nesse mesmo blog e outros de outras pessoas!

https://youtube.com/channel/UChS1QmDXtyHvJktE9NlwAYw

segunda-feira, 27 de junho de 2022

Acabo de ler "O Napoleão de Nothing Hill" de G. K. Chesterton

 



"E no mais escuro dos livros de Deus está escrita uma verdade que é também um enigma. É das coisas novas que os homens se cansam – modas, propostas, melhorias e mudanças. São as coisas velhas que assustam e intoxicam. São as coisas velhas que são jovens. Não há cético que não sente que muitos duvidaram antes. Não há homem rico e volúvel que não sente que todas as suas novidades são antigas. Não há adorador da mudança que não sente sobre o pescoço o grande peso do cansaço do universo. Mas nós que fazemos as coisas antigas somos alimentados pela natureza com uma infância perpétua"

Eu nunca pensei que me impressionaria tanto com esse livro. Tanto que desisti da leitura umas duas vezes. Só que, dessa vez, resolvi lê-lo do princípio ao fim para ver o que daria. É importante dizer que: Chesterton nunca me decepciona.

O livro se encontra com duas partes dialéticas que descobrimos que se completam. Auberon, um rei que queria apenas rir de tudo. Adam Wayne, que fanaticamente aderia as ideias malucas de Auberon como se fossem verdades absolutas, acreditando que estava cumprindo seu papel com um clássico amor. Auberon é a piada em fatalismo, Wayne é a seriedade em fatalismo. Se você se questiona quem está certo, já errou: o certo é a unidade entre os dois. Para você entender Chesterton nesse livro, terá de sintetizá-los.

Chesterton também traça uma crítica aos intelectuais de seu tempo. Além de nos chamar a sanidade por meio do paradoxo, temos uma crítica bem certeira aos chamados progressistas que, no fim, apenas pegam tendências e dizem que elas vão se radicalizar tenebrosamente. Ele fala sobre a natureza universal do homem, que não é radical quando saudável, mas paradoxal e dialética. O erro do intelectual está em seu fatalismo e em sua crença radicalizada e monótona em algo que se sucederá. E mais uma vez: a humanidade ri do profeta que se acha certo em sua rigorosidade fatálica, já que o paradoxo é a condição do real.