sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Acabo de ler "Liberal Education’s" de Rachel Alexander Cambre (lido em inglês/Parte 4)

 


Nome:
Liberal Education’s Antidote to Indoctrination

Autora:
Rachel Alexander Cambre, PhD

A ordenação da alma é um dos principais tópicos da educação. O principal objetivo da educação é a ordenação da alma e é o mais espetacular objetivo humano. O objetivo da educação não é apenas o de dar uma formação básica, mas o de ensinar virtudes. Sejam as virtudes morais, sejam as virtudes intelectuais.


Uma pessoa intelectualmente saudável e moralmente íntegra é capaz de navegar entre diferentes tipos de pensamentos e diferentes tipos de argumentos. Não só por uma erudição qualquer, mas pela busca da verdade. Uma verdade que transcende os limites da esquerda e da direita. Uma verdade que ama a verdade que está além das definições das agendas ideológicas e narrativas.


Uma pessoa que busca a verdade busca estar além das maiorias. E isso requer a coragem de estar além do que a sociedade propõe ou o que a sociedade espera. Visto que o verdadeiro intelectual opõe vigorosamente uma série de argumentos e perspectivas, tentando encontrar a verdade entre esses diferentes pontos e sendo prudente na escolha de suas ações.


Mais do que isso: a inteligência é piedosa e indica uma ligação do presente com todo o legado que a precede e com o futuro que se constrói. O exercício intelectual não é a destruição do passado, mas uma reverência ao passado e uma gratidão pelo passado. Visto que o intelectual honesto é um intelectual humilde, um intelectual grato pelo melhor da civilização.

Acabo de ler "Liberal Education’s" de Rachel Alexander Cambre (lido em inglês/Parte 3)


Nome:
Liberal Education’s Antidote to Indoctrination



Autora:
Rachel Alexander Cambre, PhD

O que é educação? A educação pode ser vista como um aumento gradativo do horizonte de consciência. Isto é, do número que de conhecimentos que a consciência humana abarca. O aumento contínuo do horizonte de consciência, junto com a qualidade do conteúdo abarcado, abraça o reconhecimento de uma série de fórmulas e contrastes que escapam da generalização ideológica. O problema é que numa estrutura de educação massificada, o que importa é mais uma série de conhecimentos gerais de forma simplificada do que um conhecimento reconhecedor da série de contrastes que aparecem em cada instante do saber.


Para abarcar um número alto de alunos, reduz-se a qualidade do saber. A redução da qualidade do saber se encontra no aspecto simplificatório. Uma quantidade baixa de conhecimento, as chamadas ideias gerais, assumem a condução do pensamento da maioria das pessoas. Dentro de uma estrutura política em que os governantes são eleitos democraticamente, as suas eleições se devem mais a simplificações – fetiches mentais – do que a uma análise concreta dos sérios problemas apresentados a nível local, regional e nacional.


Outra condição que marca pesadamente a democracia é que pessoas com ideias gerais não possuem compreensão profunda dos distintos fenômenos que devem pautar a escolha política. Eles são guiados mais pelas pressões socialmente impostas do que por uma noção qualificada das diversas nuances encontradas dentro de um debate.


A visão da maioria é uma visão pautada por uma lógica de simplificação para massificação de um baixo saber. Um baixo saber caracterizado por fetiches mentais – pensamentos não complexamente estruturados e reconhecedores dos diversos aspectos que sondam os fenômenos da realidade. Se a maioria da sociedade vai para um canto, a pressão social direciona todos os outros para esse mesmo canto.


A referência do cidadão médio não é uma série de modelos que reconheça profundamente. A referência do cidadão médio são uma série de noções corrompidas, pois básicas. Além do choque que a pressão social da maioria exerce. Visto que é a visão da maioria, o imaginário social, que constrói aquilo que o cidadão médio pensa acerca do mundo.


Uma democracia sólida não pode existir tendo como base simplificações. Logo ela requer uma educação de qualidade para que os cidadãos possam fazer um exercício legítimo da razão no ato de escolha política. A ligação entre educação de qualidade e funcionalidade do regime político democrático é intrínseca. Não há democracia sem educação de qualidade. 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Acabo de ler "Liberal Education’s" de Rachel Alexander Cambre (lido em inglês/Parte 2)

 


Nome:

Liberal Education’s Antidote to Indoctrination


Autora:

Rachel Alexander Cambre, PhD


O sentido original da palavra doutrinação era "ensinar". Há um tempo atrás, uma boa doutrina queria dizer "bom ensinamento". É evidente que tal aplicação linguística não é mais comum hoje, visto que a linguagem está circunscrita ao âmbito da aplicação social e tem uma base sociológica. Não é possível construir uma utilização da linguagem sem considerar a base sociológica da linguagem. O imaginário social impacta na compreensão da terminologia empregada. Há uma fundamentação social e histórica, uma fundamentação sociohistórica, no emprego da palavra doutrinação. O termo passou a se referir aos processos formativos de militância ideológica no século XX empregado por estados totalitários. 


A autora estudou, para a construção da explicação do termo doutrinação, o pensamento do Aleksandr Solzhenitsyn e sua documentação a respeito dos Gulags na extinta União Soviética. As características básicas apresentadas na doutrinação dentro da União Soviética eram três:

1. Implantação de pensamento;

2. Simplificação;

3. Mecanização.


A doutrinação trabalhava com "novos fatos" e habilidades, esses novos fatos e habilidades contrariavam os fatos antigos e as habilidades antigas. Ou seja, eles surgiam por uma nova construção narrativa da história ao lado de uma aplicação de novas técnicas intelectuais. Esse processo era mecanizado para ter um funcionamento autônomo e garantir uma continuidade.


Existia conjuntamente uma felicidade da simplificação ao lado de um prazer da redução. O fundamento da doutrinação é distorcer a percepção da realidade por meio da distorção da própria mente. Uma mente incapaz de perceber os múltiplos traços da realidade é incapaz de perceber a complexidade da própria realidade. No geral, a complexidade da realidade já espanta psicologicamente a mente humana e a mente humana se predispõe à alienação doutrinatória.


A questão é: o doutrinador tem diante de si uma pessoa que sofre e necessita de uma simplificação para o mundo que não suporta. Usualmente essa simplificação comporta uma crítica ao mundo e um anteparo para com o doutrinado. O doutrinado se vê desculpado ante ao próprio fracasso da concretude da sua vida. Conta, diante de si, uma capacidade analítica reduzida para esmiuçar as razões do seu fracasso através de mecanismos externalizantes que culpam o mundo. É evidente que no jogo da complexidade do real, a própria culpa e a culpa da estrutura do mundo se mesclam e se confundem num infinito incomensurável.


A doutrinação trabalha com a redução da complexidade através de um conjunto monolítico de ideias que são usadas repetidamente para a diminuição da complexidade do mundo em conjunto com a redução da possibilidade mesma de visões alternativas de argumentos e perspectivas. Até porquê a doutrinação é um mecanismo racionalizante que visa colocar o doutrinado numa posição de superioridade moral, incapacidade de "autoculpabilinização" e defesa contra qualquer outro mecanismo que contraste com essa visão distorcida de realidade que tanto leva a um prazer para com a própria atuação moral dentro do mundo. Em outros termos, o mecanicismo do doutrinado é uma defesa contínua contra qualquer outro pensamento que leve ao desmoronamento da retroalimentação da sua própria condição alienante.


A partir do momento em que a doutrinação se instala, a pessoa íntegra os novos fatos e habilidades intelectuais como mecanismos de autopreservação. Esses mecanismos de autopreservação do doutrinado se integram a sua própria personalidade e passam a integrar o modus pensandi (modo de pensamento) e modus operandi (modo de operação) automaticamente. Levando a incapacidade de complexificação do processo de pensamento, visto que essa complexificação é vista como nociva e tradutora da crise antecedente ao processo de doutrinação que o alienou da realidade. Em palavras mais precisas, a complexificação do pensamento – abarcando novas linhas – levaria inevitavelmente a uma condição em que a complexidade da realidade ressurge como aquele monstro que anteriormente apavorava a pessoa que foi doutrinada.


O doutrinado não quererá algo além da própria alienação. Visto que a alienação o protege do mundo que o apavora. Nesse sentido, a construção de uma vida intelectual mais autônoma – contrariedade dos fatos – leva a uma perda da segurança psicológica. Essa perda da segurança psicológica é encarada como automaticamente nociva. Logo a perda da capacidade de elevação da intelectualidade por meio da acoplação de múltiplas linhas de interpretação para uma visão mais abarcante da realidade é vista por si mesma como nociva. Algo ao qual o doutrinado deve se proteger, mesmo que esse processo ocorra inconscientemente.

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Acabo de ler "Liberal Education’s" de Rachel Alexander Cambre (lido em inglês/Parte 1)


Nome:

Liberal Education’s Antidote to Indoctrination


Autora:

Rachel Alexander Cambre, PhD


O que é uma educação verdadeiramente livre? É possível ter uma educação livre? O modelo deve pender à esquerda ou à direita? Qual a possibilidade efetiva de concretizar uma educação que não seja doutrinária? Essas questões sempre voltam a aparecer, seja nos Estados Unidos, seja no Brasil, seja em qualquer outro país do mundo. A doutrinação é uma temática universal, a educação também o é.


Há quem afirma que toda educação tem um ponto doutrinário, uma cosmovisão que se esconde por trás dela. Se essa afirmação é de fato verdadeiro, decorre-se que nenhuma escola pública é de fato possível, visto que ela seria um cerceamento e uma imposição ideológica. Outra solução plausível seria a adoção de professores dotados de visões intelectuais bastante distintas. Todavia a segunda via apresenta uma problemática: o número de professantes de determinado sistema de pensamento não é igual e tampouco é financeiramente viável contratar todos os tipos de diferentes pensadores para lecionar – além disso, qual seria a quantidade de tempo para formar alguém que precisa passar minuciosamente por todas as escolas de pensamento do mundo em cada uma das matérias?


A autora do texto tratará dessas questões. Creio que se focará em trazar uma linha objetiva de educação – se essa for, é claro, possível.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Acabo de ler "Philosophy" de Roger Scruton (lido em inglês/Parte 1)

 


Nome:

Philosophy Principles and Problems


Autor:

Roger Scruton


Para que serve a filosofia? Essa é pergunta é extremamente fundamental e extremamente necessária. Ao mesmo tempo que pode surgir de forma completamente instrumental e carregar outro sentido: eu vou ganhar dinheiro com o estudo da filosofia? Ela também pode apresentar outra questão: para que eu usarei a filosofia em minha vida? Todos esses posicionamentos são relevantes e devem ser considerados.


Existe algo muito interessante na filosofia. A filosofia é inevitável. A filosofia é um saber de marca maior, visto que é um saber que se direciona a todas as coisas. Quando fazemos uma pergunta filosófica, fazemos uma pergunta sobre um determinado conhecimento. Ou seja, a filosofia é um saber sobre um saber. Quando entramos num questionamento sobre a filosofia, sobre a sua utilidade ou sobre a sua natureza, já estamos filosofando. Aí é que mora o perigo: a filosofia pode ser um processo que, na sua maioria das vezes, é inconsciente.


A filosofia é tão universalmente praticada que se esquecem que ela existe até mesmo quando a praticam. E isso faz com que esqueçamos que ela existe, pois ela habita o nosso inconsciente, pois estamos imersos na questão filosófica. O ser humano é, por natureza, um ser filosófico.


Entendermos a razão do mundo, entendermos o que essencialmente estamos buscando, essa é a razão filosófica. A filosofia é a busca de sentido. A busca por um sentido que antecede e justifica a ação que tomamos dentro do mundo. Sem filosofia, nada faz sentido. Tudo vira uma aparência na qual estamos imersos. A razão filosófica é sair das aparências.



domingo, 12 de janeiro de 2025

Acabo de ler "How Cultural Marxism Threatens the United States" de Mike e Katharine (lido em inglês/Parte 6 Final)


Nome:
How Cultural Marxism Threatens the United States—and How Americans Can Fight It 

Autores:
Mike Gonzalez;
Katharine C. Gorka.
 

O documento – bastante sucinto – é bem interessante. Antes mesmo do famoso "Project 2025", a Heritage Foundation já fundava as bases atuacionais da direita americana. De fato, as atuações da Heritage Foundation são bem interessantes e muito bem delineadas. É interessante a incrível capacidade da direita americana em comparação a direita nacional.

É um documento altamente estratégico. Fornece formas de organizações. Ensina principais pontos da atuação da esquerda no território americano – embora sua atuação seja semelhante nos países da América Latina e Europa –, ensina como combatê-los, dá um delineamento acerca de táticas e práticas institucionais para quebrar a esquerda na política. Deveras interessante. 

Creio que esse "Special Report" foi bastante interessante para compreender pontos basilares da política dos Estados Unidos da América. Recomendo a sua leitura, visto que a Heritage fornece questões essenciais para a condução política americana.

sábado, 11 de janeiro de 2025

Acabo de ler "How Cultural Marxism Threatens the United States" de Mike e Katharine (lido em inglês/Parte 5)

 



Nome:
How Cultural Marxism Threatens the United States—and How Americans Can Fight It 

Autores:
Mike Gonzalez;
Katharine C. Gorka.

O que forma os Estados Unidos enquanto nação? O que faz, o que dá forma, o que eleva, qual é, por fim, a identidade americana? O drama espiritual americano, aquilo que se esconde por trás de toda a sua formação sociohistórica, é a questão da liberdade. É a luta contínua pela questão da liberdade. Já que os americanos encaram a liberdade como pré-condição para o florescimento humano.

Dessa questão profundamente humana, mas exemplarmente dedicada aos Estados Unidos enquanto experiência nacional, buscam criar uma ordem política baseada no respeito ao autogoverno, na liberdade de fala, nos direitos individuais, no direito das minorias. Não porquê a ordem humana pode ser perfeita, mas porquê só a partir do autogoverno é possível corrigir e aperfeiçoar a ordem sociopolítica.

É pelo fato da humanidade estar sujeita a corrupção que o poder não pode ser concentrado. O poder concentrado leva ao aumento da abuso e a impossibilidade mesma de correção desse abuso de poder.

O que é essencial nos Estados Unidos não é uma raça, não é uma religião, não é um idioma, não é uma organização planejada. O essencial dos Estados Unidos é a liberdade. Ou, mais especificamente, a perseguição da ideia da liberdade através da história.