sábado, 2 de julho de 2022

Acabo de ler a segunda parte "Scott Pilgrim Contra o Mundo" de Bryan Lee O'Malley

 



A segunda parte trás mais desenvolvimento aos personagens, marcando a própria percepção de tempo do protagonista e a necessidade que ele tem de crescer para cumprir funções básicas das vida como comer, pagar a residência em que mora ou simplesmente sair com os amigos.

O que mais me marcou nessa HQ foi o fato de que ela trata, assim como a outra, de conflitos da vida do jovem-adulto. Fase essa que, enquanto eu escrevia esse texto, eu faço parte. É muito comum eu me ver, além de ver meus amigos, dentro dessa HQ e seus conflitos. É claro que o meu mundo não chega a ser tão fantástico como o de Scott.

O que se pode dizer do livro até então? Que os personagens estão cada vez mais interessantes. O passado da Ramona, e não só o dela, é passado com o tempo e adquire cada vez mais um quê de misteriosidade. Fora que Scott está se tornando mais responsável para com a realidade e o seu passado também é desvelado. Novas lutas também acontecem nessa segunda parte.

Em atributos gerais, podemos ver que o livro está quase sempre ligado aos problemas da fase final da adolescência e do jovem adulto. Fora que a sexualidade é tratada com um quê de liberalidade, porém equidistanciada de uma explicitidade. No fim, lemos a revista em quadrinhos não só pelas suas mirabolantes lutas ou referências à cultura nerd/geek, lemos também para saber o que acontecerá com cada personagem do mundo de Scott.

sexta-feira, 1 de julho de 2022

Acabo de zerar "Digimon Rumble Arena" do PS1

 



Esse foi o primeiro jogo que joguei no PS1. Joguei-o quando ainda era criança e, de tempos em tempos, zero ele de volta apenas pelo prazer de zerar um dos meus jogos prediletos. Esse estranho ritual, quase que religioso, sucede-se de ano a ano.

Por incrível que pareça, esse é o único jogo de luta que eu de fato gosto. Além de ser o jogo que mais zerei em toda minha vida. Considero sua jogabilidade simples, embora ela seja extremamente agradável. Os gráficos me encantam até hoje e eu simplesmente esperei anos para poder jogar o 2, quando joguei no GameCube (pelo Wii), senti-me imensamente decepcionado com a sua gameplay, desequilíbrio de personagens e digimons que se repetem. Embora os gráficos sejam bem bonitos.

Eu sempre me sinto agarrado a minha solitária, porém divertida, infância quando rejogo alguns joguinhos. Esse é um dos que mais me encanta, já que é um dos que eu apagava do Memory Card apenas para ter o prazer de zerar de novo. Parece que algumas coisas ficam pra sempre em nossas vidas. O gosto por um autor em específico, um livro que guardamos no coração, um determinado sabor de sorvete e, também, jogos que amamos jogar e rejogar.

Termino essa preciosa jogatina com a quase certeza que, se tudo der certo, jogá-lo-ei ano que vem novamente.

terça-feira, 28 de junho de 2022

Um ano de Cadáver Minimal

 


O blog tá fazendo um aninho e eu nem tenho o que falar. Infelizmente, não tenho nada de especial para lhes dar. Ao menos não agora. Só que para felicidade geral da nação, não venho de mãos vazias. Trago-lhes o meu canal do YouTube em que realizo narrações de textos, alguns encontrados nesse mesmo blog e outros de outras pessoas!

https://youtube.com/channel/UChS1QmDXtyHvJktE9NlwAYw

segunda-feira, 27 de junho de 2022

Acabo de ler "O Napoleão de Nothing Hill" de G. K. Chesterton

 



"E no mais escuro dos livros de Deus está escrita uma verdade que é também um enigma. É das coisas novas que os homens se cansam – modas, propostas, melhorias e mudanças. São as coisas velhas que assustam e intoxicam. São as coisas velhas que são jovens. Não há cético que não sente que muitos duvidaram antes. Não há homem rico e volúvel que não sente que todas as suas novidades são antigas. Não há adorador da mudança que não sente sobre o pescoço o grande peso do cansaço do universo. Mas nós que fazemos as coisas antigas somos alimentados pela natureza com uma infância perpétua"

Eu nunca pensei que me impressionaria tanto com esse livro. Tanto que desisti da leitura umas duas vezes. Só que, dessa vez, resolvi lê-lo do princípio ao fim para ver o que daria. É importante dizer que: Chesterton nunca me decepciona.

O livro se encontra com duas partes dialéticas que descobrimos que se completam. Auberon, um rei que queria apenas rir de tudo. Adam Wayne, que fanaticamente aderia as ideias malucas de Auberon como se fossem verdades absolutas, acreditando que estava cumprindo seu papel com um clássico amor. Auberon é a piada em fatalismo, Wayne é a seriedade em fatalismo. Se você se questiona quem está certo, já errou: o certo é a unidade entre os dois. Para você entender Chesterton nesse livro, terá de sintetizá-los.

Chesterton também traça uma crítica aos intelectuais de seu tempo. Além de nos chamar a sanidade por meio do paradoxo, temos uma crítica bem certeira aos chamados progressistas que, no fim, apenas pegam tendências e dizem que elas vão se radicalizar tenebrosamente. Ele fala sobre a natureza universal do homem, que não é radical quando saudável, mas paradoxal e dialética. O erro do intelectual está em seu fatalismo e em sua crença radicalizada e monótona em algo que se sucederá. E mais uma vez: a humanidade ri do profeta que se acha certo em sua rigorosidade fatálica, já que o paradoxo é a condição do real.

sábado, 25 de junho de 2022

Novas Aquisições



Acabo de receber a coleção de livros cristãos, utilizá-los-ei no meu estudo teológico e edificação espiritual. São eles:

O Homem Eterno - Chesterton

Graça Abundante ao Principal dos Pecadores - John Bunyan

Pecadores nas mãos de um Deus Irado - Jonathan Edwards

Ortodoxia - Chesterton 

Nascido Escravo - Martinho Lutero 

A Verdadeira Obra do Espirito - Jonathan Edwards 

A Imitação de Cristo - Tomás de Kempis

Caminhando com o Peregrino - Charles Spurgeon

Os Pais Apostólicos - J. B. Lightfoot

Praticando a Presença de Deus - Irmão Lawrence

sexta-feira, 24 de junho de 2022

Acabo de ler "O Modelo Winnicott de atendimento ao adolescente em conflito com a lei" de Elsa Dias e Zeljko Loparic

 





Escrevi onze páginas de anotação. Não deu pra botar todas as fotos por causa disso, já que a plataforma inicial dos textos é o Instagram. Mas deixemos isso de lado e vamos para mais uma típica análise. 






Conhecer a psicanálise foi uma das coisas mais maravilhosas de minha vida. O curso é meio corrido e tenho conteúdo para estudar pelo resto de minha vida. O que para mim é um desafio e um prazer. Acredito que estou a me abrir para novos horizontes e venho conseguido expandir minha consciência.


Como o módulo de agora é o de Winnicott, estive a ler esse artigo acadêmico para me preparar para a prova e o que mais me surpreendeu foi a humanidade a qual se baseia a teoria psicanalítica winnicottiana. Ele consegue ver a esperança até nos mais hostis membros da humanidade, numa técnica que recobra a eles a humanidade perdida.







Por trás de todo agressor, existe a ambiência que traz passados traumáticos. A delinquência nada mais é uma forma de manifestar a revolta contra uma situação sofrida e a vida marginalizada é a causa substancial ao crime. Cabe não só dar uma espécie de isolamento, mas possibilitar uma nova linha de vida em que a pessoa se realize e integre-se ao conjunto social, alcançando maioridade e tornando-se produtiva.






Winnicott é um teórico maravilhoso. A forma com que ele se lida com a profundidade das questões humanas e tenta resolvê-las de forma humanística, sempre por uma medida socioeducativa, é o que me fez apreciar a leitura e dar-me um gosto de quero mais. Eu nunca teria visto dessa forma se eu não fosse apresentado a ele.

segunda-feira, 20 de junho de 2022

Carta a Fada Azul

Enquanto vejo o Sol surgir após essa noite tardia. Busco conciliar a angústia que até agora dominou meu peito com o alvorecer da nova manhã. Só que depois de tanta escuridão, a claridade que me ficou desconhecida agora queima meus olhos. O calor que tanto esperei me queima e, após tanta melancolia meditabunda, pergunto-me se não morrerei pelos raios solares que ao meu peito invadem.


A paradoxidade do que sinto: buscar a luz, mas estar habituado a escuridão. Eu nasci do primeiro princípio, Deus mesmo, só que meu corpo recobriu-se de satânica canção. O que fazer agora que a obscuridade me evade e a claridade me queima? Conciliar o degosto com o gosto para que o bom gosto não mate toda toxina que carrego? Toxina essa que lentamente me mata, porém é o veneno a qual estou habituado.

O problema do tumor que carrego é que ele foi alimentado, muito bem alimentado, pela minha vida perversa. De perversidade em perversidade, corrompia-me a cada página. Meu caderno é cheio de rabiscos ininteligíveis. Meu braço é cheio de riscos que outrora sangravam. Machucava-me para que, no mínimo, sentisse qualquer coisa em vez de nada. O vazio, a privação, o niiliabsorto: tudo isso dói mais do que a sensação amena de parca felicidade.

Confesso que não sou feliz há oito anos. Só que nesses oito longo anos, tive momentos de felicidade em tempo raso. Só que nessa mesma rasura encontrei boêmia longevidade. Uma pena: agora só sobrou a dor. Sou como o Papa Gregório em "Vida de São Bento": "Estou, pois, avaliando o que sofro, avaliando o que perdi; e, enquanto considero o que perdi, pesa-me ainda mais o que suporto".