sábado, 24 de dezembro de 2022

Acabo de ler "Psicologia Aplicada de Freud: capítulo 5 - a contribuição da psicanálise para educação"

 



A questão da psicanálise na educação permeia os mais diversos campos. Entre eles, está propriamente a problemática da relação autoritária e repressiva que a escola pode tomar e, mais adiante, uma série de traumas decorrentes que inviabilizam o crescimento intelectual do educando.


Por outro lado, a educação escolar é aquela que aproxima o ser humano de uma capacidade de sair do imediatismo para galgar em planejamentos mais amadurecidos. O prazer, direto e rápido, toma forma de longo prazo e a rigorosidade toma forma para que a pessoa se atenha à realidade. Se bem encaixado, o processo educacional potencializa o ser para uma vida mais adulta e harmônica.


Por outro lado, a principal contribuição da psicanálise está no autoconhecimento que dá ao educador e o dispõe para revisão de sua própria prática pedagógica, colocando-o numa condição mais humanitária para com o educando e num processo de auto-maturação. Este será importante para o próprio professor e propício ao desenvolvimento da pessoa que se educa.


Verdadeiramente a psicanálise é pródiga em exemplos e capaz de atuar em múltiplas áreas. Ela é como se fosse uma chave de desenvolvimento global. E, acima de tudo, bela e apaixonante.

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Acabo de ler "Fastos da Ditadura Militar" de Frederico de S. (Eduardo Prado)




"Ninguém duvidará então de que quem escreve estas linhas só atacou os dominadores do Brasil porque, como homem civilizado e do seu século, aborreceu a traição, amou a liberdade e detestou a tirania"
Frederico de S. (Eduardo Prado)

A proclamação da República inseriu, no Brasil, uma grotesca ditadura que dava aos golpistas um poder onipotente para fazerem o que bem entenderem da coisa pública. Em vez de ser uma conquista que maximizava os progressos do tempo imperial e dava-lhe novos toques de elevação civilizacional, essa destruiu parte do progresso imperial e adicionou novos males.

A liberdade de imprensa acabou, a economia foi destroçada, o crédito do Brasil no exterior despencou, parte do território foi cedido a Argentina, algozes se autopromoveram galgando em cargos imerecidos e aumentos salariais desproporcionais. Além disso, decretos surgiam aqui e acolá sem o consentimento da população brasileira e por puro capricho de usurpadores e tiranetes onipotentes.

Em meio a toda essa barbárie, um bravo homem vem anunciar as mentiras e retrocessos civilizacionais que os revolucionários positivistas fizeram ao país. Frederico de S. (Eduardo Prado), foi combatente e a favor duma verdadeira soberania nacional - localizada em representantes legitimamente eleitos pelo povo e a ele submissos. Dito isso, nenhuma ditadura pode ter soberania nacional pois seu poder retira o poder decisório do próprio povo.

Nesse brilhante livro, vemos a defesa militante e responsável das liberdades civis e da capacidade soberana de autogestão dum povo. Um ataque frontal as arbitrariedades de homens que, postos no poder, alteram tudo para que tudo caiba na pequeneza de suas estaturas diminutas.

Certamente um dos maiores clássicos da literatura nacional e um livro que, certamente, recomendo a cada brasileiro para o conhecimento mais amplo da história de sua pátria. 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Acabo de ler "Muita Retórica, Pouca Literatura" de Rodrigo Gurgel

 



Não seria surpreendente alguém afirmar que Rodrigo Gurgel é um dos maiores críticos literários do Brasil contemporâneo. Indo numa linha oposta a verve "mais comum" dos outros críticos, contribui de forma inestimável para a amplitudização do debate literário brasileiro enquanto tal.


Sendo de oposição natural ao que se tornou convencional em nosso meio acadêmico, serve muito bem para o aumento do arcabouço teórico e ajudará, em muito, no aumento do horizonte de consciência. E suas críticas são resultados duma pesquisa ativa, exaustiva e minuciosa. Não só isso: o autor do livro em questão é um homem que ministra cursos que ensinam fundamentos e técnicas de criação literária.


Nesse livro, o autor vai demonstrando, capítulo a capítulo, como nossos autores incorrem recorrentemente em discursos altamente retóricos e de caráter pouco literário, tal como se escrevessem um TCC e não um romance ou o que quer que seja. Além disso, o pedantismo e o uso acentuado de adjetivos é constante demais - e poder-se-ia dizer: penoso e nauseabundo. Numa babilônia entediante de argumentos, recorrentemente perde-se a capacidade descritiva.


O autor, é claro, não se encontra numa posição radical de antagonismo. Isso seria um parcialismo extremado que, na estatura de nosso autor, ser-lhe-ia contraditória e pouco digna. Ele é elogioso em muitos pontos, capaz de diferenciar as tonalidades do que lê.


Certamente um livro fantástico. Para quem gostar de crítica literária, recomendo a leitura. Para quem não curte, ainda recomendo pela boa prosa e humor refinado do autor.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Acabo de ler "O Declínio de um homem" de Osamu Dazai



 

Existem poucos livros que, quando lidos, podem gerar uma conexão profunda e introspecção elevada. Esse livro, recheado de pessimismo e niilismo, conta a história de um homem perturbado pela sua incompreensão da humanidade e, consequentemente, sua incapacidade de adaptação.


Mesmo jovem, nosso querido protagonista (Yozo), não fazia ideia de como ter as ações de seus correlacionados como previsível e inteligível. Logo criou uma rotina de farsas para simular um contato humano. Todas essas farsas geravam para ele um aspecto altamente tensional como que num contato perdido num vale de penumbra. Nada lhe era pleno e confiável.


O protagonista demonstra-se tímido e não consegue se comunicar com excelência. Não sendo uma pessoa normal, não faz a mínima ideia do que fazer com esse mundo que onipresentemente o circunda opressivamente. A vida dele será uma tragédia sem fim devido a sua incompreensão altamente nulificadora de toda ação.


Essa vida movida pela incapacidade de comunicar-se ou entender a comunicação com o outro o levará a tentativas de suicídio, alcoolismo, dependência por drogas. O livro é uma sucessão de um conflito psíquico e social que se entrelaçam de forma agonizante o tempo todo.


Certamente um livro duro e cruel. Recomendo a leitura para quem tiver capacidade de lidar com a frustração existencial que o livro necessariamente dará.

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Acabo de ler "O Tolo e seu Inimigo" de Jeffrey Nyquist




O autor desse presente livro elenca uma série de questões das quais sou variadamente favorável, contra ou simplesmente incapaz de, no presente momento, ter alguma postulação plausível. De tal forma, a leitura realizou-se de forma mista.


É um fato de que nossos contemporâneos acham-se hierarquicamente superiores às gerações predecessoras. Essa arrogância surge duma má compreensão da natureza do conhecimento humano. Crê-se erroneamente que o progresso cultural se dá em igual velocidade e da mesma forma que o conhecimento científico. O que não poderia ser mais falso. Tal preconceito é o assentamento principal da porca miséria cultural presente.


Por outro lado, a busca por inimigos de forma generalizada é de natureza simplificadora e não serve para analisar a complexidade do real. Atribuir a certos grupos uma hostilidade e/ou um projeto de destruição da civilização ocidental é redondamente enganador, sobretudo quando essa não é encarada em vias de graus e atos inconscientes ou simplesmente por uma mudança de paradigma cultural.


O autor acerta em explicar que vivemos dentro duma sociedade arrogante que julga-se superior a todas as outras, sobretudo as que vieram antes. Mas erra ao radicalizar muito a sua crítica, visto que a sua radicalização torna a sua crítica ingênua.

domingo, 27 de novembro de 2022

Acabo de zerar "Castlevania Portrait of Ruin" (modo Richter) no DS (pelo 2DS)

 





Ah, lá estamos nós com mais uma análise de Castlevania. Dessa vez, zerei novamente o Portrait of Ruin, todavia no modo Richter. Sim, o mesmo Richter que aparece no Castlebania Symphony of the Night e Rondo of Blood. Nesse jogo, você poderá também jogar com Maria Renard - ela é criança.


Para ser bem sincero, o modo Richter foi mais divertido e desafiante. O modo irmãos usa e abusa da tela de toque do DS, mas devido a capacidade delas atacarem a longa distância, perde-se a dificuldade do jogo - que não é tão alta quanto a do Order of Ecclesia. Além disso, cada uma das irmãs tinha um único ataque e a jogabilidade era pouco variada. Nesse modo, pode-se aproveitar mais do jogo.


O melhor de tudo mesmo é desbravar o castelo do Drácula com personagens diferentes. Apesar de não ter tido uma história a ser contada, o acréscimo nunca é desvantajoso. O jogo está mais para um bônus recompensatório que aumenta em muito o fator replay. Dessa vez, upei meus personagens até o nível máximo (99).


Jogar Castlevania é sempre adentrar num universo a parte. Eu tenho honra de dizer que não só zerei esse jogo, como o platinei. Até agora não conheci ninguém que odeie ou desgoste do Castlevania como franquia, muito pelo contrário: todos se enchem de brilho nos olhos para comentar sobre essa gigante franquia do mundo dos games.

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Acabo de zerar Sonic Rivals no PSP

 



Quando comprei o PSP não sabia qual seria o primeiro jogo que zeraria nele. Pensar que seria um jogo do Sonic nem passaria em minha cabeça, haja vista que eu não sou muito fã da franquia do porco espinho azul mais rápido do mundo.


O jogo chegou a vir junto com o videogame. Em minha sanha de selecionar apenas os jogos com eu tinha mais afinidade, deixei-o de soslaio. Não esperava absolutamente nada desse jogo.  Pela minha sorte, e um tapa na cara de minha arrogância, acabei por jogar o jogo e já na primeira fase me encantei profundamente com ele.


Sim, esse jogo do Sonic é um diamante oculto. Vejo pouquíssimas pessoas comentarem sobre ele. Mas o fato é que o jogo tem uma jogabilidade excelente, um estilo de arte muito bem feito, detalhes no mapa que saltam aos olhos devido ao cuidado extremo que os desenvolvedores tiveram em cada parte. Fora que mesmo o jogo apresentando poucas fases, todas são bem feitas e viciantes, não deixando nunca o jogador entediado.


Tenho grande felicidade em saber que meu jogo de estréia no PSP foi um jogo do Sonic, haja vista que mais de dez anos não zerava nenhum. E recomendo qualquer fã médio de videogames a jogá-lo.