segunda-feira, 13 de março de 2023

Acabo de ler "Psicologia Aplicada de C. G. Jung - Capítulo 3: Jung e Sabina Spielrein: um relacionamento conturbado"

 



A psicologia, seja qual seja, pressupõe a subjetividade. A subjetividade, querendo ou não, é infinitamente mais variável que a própria psicologia em suas mais diversas ramificações. Sendo a psicologia a "ciência da subjetividade", o contato com a história pessoal de cada intelectual é de importância fundamental. Podemos até mesmo descobrir tendências psicológicas que conduziram ao seus desfechos intelectuais.


Não podendo deixar de ser, esse livro sobre Jung traz um cenário biográfico em que podemos ver um pouco daquilo que fez com que ele se tornasse quem é, quem foi, quem se tornou. As suas relações com Freud, seu amor por Sabina, sua relação com os estudos religiosos, suas tensões enquanto indivíduo humano. Toda essa narrativa pessoal garante uma maior inteligibilidade do corpo teórico de sua obra, também garante uma maior inteligibilidade de Jung enquanto pessoa.


A forma com que Sabina adentrou na vida de Jung, fazendo-lhe rever seus métodos e até mesmo a questionar a sua vida em si, é de demasiada importância. A relação terapeuta-paciente traduz uma dinâmica psíquica e social que levaram a um escândalo. O mundo de Jung se abalou, seus métodos se abalaram.


A estrutura mundividente - a forma como nosso intelecto vê o mundo - se relaciona bastante com a nossa vida em si. Foi, em parte, a própria vida de Jung que tornou quem ele foi. E acompanhar essa história nos traz mais do que um conhecimento meramente teorético, traz-nos um encontro existencial, profundamente ligado ao afeto.

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