sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Acabo de ler "Queering Queer Theory" de Laura e Jennifer (lido em inglês/Parte 4)

 



Nome completo do artigo: Queering Queer Theory, or Why Bisexuality Matters


Autoras: Laura Erickson-Schroth e Jennifer Mitchell


A realidade bissexual é a realidade da deslegitimação e apagamento. Muitos creem que a bissexualidade pode ser conquistada ou superada, isto é, adaptando-a a uma via monossexual (hétero ou homo), levando a aguardada "estabilidade". Esse comportamento social é descrito como parte da ideologia monossexista, seja ela provinda do meio homossexual ou do meio heterossexual. Esse dualismo, o maniqueísmo sexual de dois antagonismos que se chocam (heterossexualidade e homossexualidade), levam a uma tensão constante entre esses dois grupos (heterossexuais e homossexuais) e os dois grupos de voltam contra bissexuais (bifobia).

A bifobia também está entrelaçada a performática de gênero. A performática é a arte de cumprir – e de forçar – papéis sociais determinados. Um homem deve agir como um homem e uma mulher deve agir como uma mulher. Todavia muitas das questões de gênero são confusas: muito daquilo que é encarado como propriamente masculino ou feminino está ligado a uma construção histórica ou cultural determinada, não sendo essencialmente contínua. Isto é, se um comportamento é essencialmente masculino ou feminino, verificar-se-ia universalmente e não em contextos históricos e/ou culturais. A incapacidade de ir além dos limites sociológicos torna a maior parte do discurso normativo uma mera forçação que se justifica como coação.

Na bissexualidade, a realidade do gênero e do sexo se perdem. A performance – seja em grupos héteros ou homos – não pode ser ao todo acolhida ou suportada. A pessoa bissexual, seja quem ela for, está além das barreiras das contingencialidades heterossexuais ou homossexuais. Delimitar-se comportamentalmente por esses dois meios é uma forma de redução da sua personalidade e identidade. A possibilidade bissexual é a possibilidade de ir além dos limites contingenciais dos mundos heterossexuais e homossexuais, cortando não só para os dois lados, como para as duas possibilidades existenciais.

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